A corretora de investimentos com bitcoins Trader Group, localizada em Laranjeiras, na Serra, teve o site retirado do ar nesta quinta-feira (16) por determinação da Justiça Federal. As atividades da empresa foram suspensas na quarta (15) após a Operação Madoff, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
A empresa é suspeita de vender ativos financeiros, semelhantes aos ofertados por fundos de investimentos. Há indícios de que a empresa ofereceria lucros mensais de 20% aos investidores.
Segundo investigações, a gestora de recursos agia de forma clandestina, pois não tinha autorização nem da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nem do Banco Central para operar com a venda de títulos.
O nome do negócio suspeito, mantido em sigilo pelas autoridades, veio à tona após a remoção da página na web.
Quem entra no site da empresa se depara com a mensagem: Conteúdo removido por ordem judicial, Ref. IPL 0493/2018 DPF/SR/ES. Entrar em contato com Polícia Federal e Ministério Público Federal.
A Trader Group atuava nesse mercado desde 2017. A suspeita da Polícia Federal é de que os valores aplicados pelos poupadores não eram realmente destinados a compras de bitcoins e que a empresa funcionaria como um esquema Ponzi, um tipo de pirâmide financeira.
Foram alvo de busca e apreensão na quarta-feira, dia 15, cinco pessoas, uma no Acre, uma no Mato Grosso do Sul e três no Espírito Santo. No Estado, um dos suspeitos é o dono da empresa, Wesley Binz.
Em entrevista em janeiro deste ano para o site ES Brasil, o empresário, que se dizia CEO da organização, falava que o mercado de criptomoedas era vantajoso e que garantia ganhos exponenciais em curto prazo.
Segundo ele, na reportagem, a Trader Group já tinha 950 clientes ativos e que esse mercado ainda carecia de regulamentação da CVM. Nosso padrão de negócio é o mais avançado e bem estruturado e servirá de modelo para o futuro. Nossa maior conquista também foi entregar alta performance em reais mesmo em ano em que as criptomoedas se desvalorizaram mais de 70%, disse na entrevista.
O empresário também era conhecido na imprensa nacional. Deu entrevistas para sites como Exame, Terra e Infomoney, falando sobre o mercado de criptomoedas. Ele também era identificado como trader especializado em investimentos de alta volatilidade.
Representantes da Trader Group e o Wesley Binz foram procurados, mas até o momento não atenderam a reportagem.
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