Cotado para o Ministério da Fazenda do governo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Fernando Haddad se reuniu na manhã desta quinta-feira (8), em Brasília, com o atual ministro da pasta, Paulo Guedes, e definiu uma agenda de trabalho para ter uma visão mais ampla da atual situação do Ministério da Economia.
A partir da próxima terça-feira (13), Haddad prevê encontros com as Secretarias do Tesouro Nacional, da Receita Federal, entre outras, para ver qual situação o novo governo encontrará no início do mandato.
"A gente precisa sentar com os secretários das pastas para que a gente saiba a rotina de trabalho, as agendas que estavam em curso, o que foi entregue, quais eram as perspectivas futuras de cada secretaria, o que precisa ter continuidade, a matriz de risco sobre problemas que possam ser encontrados no começo do ano", disse.
"Uma transição natural, normal, a gente quer que seja o mais suave possível, com os desdobramentos que todos esperamos para que o Brasil cresça mais", continuou.
De acordo com Haddad, os recentes cortes orçamentários que podem provocar um apagão na máquina pública no fim do atual governo não foram discutidos com Guedes. Áreas como Saúde, Educação, Meio Ambiente e Justiça estão estranguladas, e algumas atividades estão sendo paralisadas.
Mas o ex-prefeito de São Paulo garantiu que haverá um "esforço" para que não haja descontinuidade de programas essenciais para a população brasileira. "Vamos tomar as providências necessárias", afirmou. Segundo ele, o Congresso é "parte da solução".
Haddad descreveu a conversa com Guedes como "excelente", "cordial", "educada" e "transparente". Em um encontro de 1h30 de duração, o ex-prefeito disse ter falado de "quase todos os assuntos importantes", mas que houve pouco tempo para detalhar as discussões.
"O plano geral de voo foi tratado, tanto daquilo que ele [Guedes] entende como estar legando para o país, quanto aquilo que pretendemos fazer no ano que vem. Esse tipo de conversa é muito importante", afirmou.
Haddad diz ter se reunido com Guedes na condição de integrante do grupo de trabalho de Economia da transição de governo. O atual ministro da pasta, contudo, teve um encontro no dia 24 de novembro com Nelson Barbosa e Guilherme Mello, outros membros da equipe de transição.
"Esse tipo de conversa é muito importante porque você garante que muitos projetos importantes possam ter continuidade, até onde o Congresso avançou na agenda que importa para o estado brasileiro, independentemente de governo."
Quanto à PEC (proposta de emenda à Constituição) da Transição, aprovada pelo Senado com prazo de dois anos e impacto de R$ 168 bilhões, disse que o fato de a solução estar sendo política é o seu maior mérito.
"Quase todos os partidos participaram da aprovação, não houve uma clivagem partidária, justamente porque as pessoas estão compreendendo que o Orçamento do ano que vem não pode ser menor do que o Orçamento deste ano", disse.
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