Impactado pela crise provocada pelo novo coronavírus, o governo federal perdeu quase um terço das receitas de tributos em maio. No mês passado, a arrecadação federal desabou 32,9%, na comparação com maio do ano passado, já descontada a inflação.
O resultado de R$ 77,4 bilhões, divulgado pela Receita Federal nesta terça-feira (23), é o pior da série histórica apresentada pelo fisco, iniciada em 2007.
Os números refletem uma deterioração da atividade econômica por conta da pandemia. Também é observado impacto de medidas que adiaram a cobrança de tributos pelo governo para aliviar o caixa das empresas no período.
Diante do agravamento da crise, o Ministério da Economia anunciou a suspensão de cobranças de tributos como Pis/Cofins e contribuição previdenciária, além de pagamentos do Simples Nacional. Parte das medidas começou a surtir efeito nas parcelas de abril.
Somente em maio, o adiamento dos tributos gerou uma redução de R$ 29,9 bilhões no caixa do governo. No período de três meses de validade das medidas, o impacto das medidas que adiaram a cobrança de tributos é estimado em R$ 121 bilhões.
Esses adiamentos não significam que os tributos não serão cobrados. Após a suspensão, os valores precisarão ser quitados pelas empresas. O governo organizou os cronogramas para que os pagamentos sejam concluídos até dezembro, sem que o impacto seja empurrado para o ano que vem.
Os resultados da arrecadação federal chegaram a apresentar alta no início deste ano, antes da pandemia. Depois, houve uma forte inversão nos resultados.
No acumulado do ano, a quera real de arrecadação está em 12%.
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