O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (2) que a crise hídrica vivida atualmente no Brasil afeta a inflação e, por isso, mudanças climáticas estão cada vez mais no radar da autoridade monetária.
"Como isso afeta a política monetária? Estamos falando sobre crise de energia no Brasil novamente, porque não está chovendo o suficiente. Isso tem efeito na inflação, no preço dos alimentos, afeta tudo que fazemos. Está muito ligado ao nosso mandato", disse em evento promovido pelo BIS (Bank for International Settlements).
Segundo o titular do BC, os choques climáticos também podem afetar a taxa de juros e o mercado de crédito.
"Isso [mudanças climáticas] cria muitos desafios mas também muitas oportunidades", afirmou. Para ele, a indústria de finanças sustentáveis pode ser ainda mais criativa e produtiva.
Campos Neto reiterou que a sociedade demanda que o crescimento econômico seja sustentável e inclusivo. "A maturidade da população nesse aspecto mudou completamente [nos últimos anos]", pontuou.
O presidente do BC lembrou que o tema era tratado em um departamento dentro da autarquia e recentemente foi ampliado para uma dimensão na agenda institucional.
"Se queremos realmente mudar a cultura não podemos ser só um departamento, porque [o tema] precisa estar na cabeça de todo mundo", frisou.
"O primeiro dilema é que olhamos em volta e vemos medidas que se parecem mais com cartas de intenção. Se queremos ter resultados de forma transparente temos que fazer mais que uma carta de intenção e deixar que o mercado entenda dessa forma", ponderou.
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