Agosto foi um marco no processo de retomada das refinarias produtoras de combustíveis neste ano de crise. No mês, o fator de utilização da capacidade das unidades produtoras chegou à média de 80%, o maior registrado desde janeiro do ano passado, o primeiro mês divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em seu site.
O pior momento das refinarias foi em abril, quando a utilização da capacidade chegou a 56,4%. Naquele momento de baixíssimo consumo por conta da pandemia de Covid-19, a Petrobras, dona de quase a totalidade do parque de refino nacional, reduziu drasticamente sua produção, principalmente de querosene de aviação, gasolina e, em menor escala, de óleo diesel.
Em contrapartida, a empresa apostou no óleo bunker, para consumo marítimo, cuja demanda estava em alta no mercado internacional. Com isso, naquele momento, refinarias mais capacitadas a produzir o óleo bunker, como a baiana Rlam, ganharam protagonismo, enquanto outras mais voltadas para o óleo diesel, como a paulista Replan, perderam importância.
Passada a pior fase da indústria de refino, o perfil da produção estatal retorna à normalidade. Na Replan, que há anos ocupa a liderança no refino, o nível de utilização da capacidade ultrapassou a média, chegando a 85% em agosto. Enquanto na Rlam, ficou em 69%. A Replan retomou o posto de maior produtora nacional, tendo respondido por 16,1% do processamento de petróleo no mês, e a Rlam, por 14,7%.
O óleo diesel automotivo voltou a ser o combustível mais produzido. Foram 3,7 bilhões de litros em agosto. Em seguida aparece a gasolina (1,9 bilhão de litros). O QAV continua em baixa, com produção de 207 mil litros, frente a 566 mil litros em janeiro deste ano, antes da crise.
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