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Demissões no Twitter: funcionários no Brasil perdem acesso ao sistema interno

Demissões no Twitter: funcionários no Brasil perdem acesso ao sistema interno

Desligamentos na empresa fazem parte de política global após Elon Musk comprar a rede social; cerca de 3,7 mil pessoas devem ser demitidas

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 19:15

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Daniela Arcanjo

SÃO PAULO, SP - Parte dos cerca de 150 funcionários do Twitter no Brasil está sem acesso ao sistema interno da companhia após receber um comunicado sobre possíveis demissões. A onda de desligamentos na empresa é global.

Segundo relatos, a plataforma cortou o acesso de praticamente todos os setores do escritório no país, com exceção da equipe de vendas, que teve membros poupados. Além disso, um comunicado foi enviado aos emails pessoais dos funcionários às 4h desta sexta (4).

"Conforme compartilhado mais cedo, o Twitter está reduzindo a sua força de trabalho para ajudar a melhorar a saúde da empresa. Essas decisões nunca são fáceis e é com pesar que escrevemos para informar que sua função no Twitter foi identificada como potencialmente impactada ou em risco", dizia a mensagem.

Twiiter anuncia demissão em massa
Twiiter anuncia demissão em massa. (JEFF CHIU/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Para parte dos funcionários, o comunicado indica a demissão, embora a empresa peça para aguardar mais informações. O clima, segundo os colaboradores, é de confusão. Alguns deles publicaram mensagens em tom de despedida no Twitter.

"Nem nos piores pesadelos eu imaginei que uma jornada tão feliz pudesse terminar de um jeito tão triste", escreveu Cleto Muniz, especialista em vídeo na plataforma. Assim como ele, Kemilly Neves, da equipe de conteúdo, e Bruno Brandão, da área de marketing, lamentaram a saída da empresa.

Os relatos de colaboradores de todo o mundo estão reunidos sob a hashtag #OneTeam. Mesmo quem diz já ter a confirmação de que vai ficar na empresa critica as demissões, como Eli Schutze, do escritório do Reino Unido.

"Recebi o email... Eu ainda tenho um emprego. Mas fiquei acordada ontem à noite vendo pessoas trabalhadoras, talentosas e cuidadosas sendo desligadas, uma a uma, e não sei o que dizer", escreveu.

No Brasil, a suspeita de que isso pudesse acontecer teve início há duas semanas, quando uma reportagem do Washington Post revelou a pretensão do bilionário Elon Musk de cortar 75% dos funcionários da empresa após comprá-la. O longo processo de aquisição foi concluído em 27 de outubro, um dia antes do prazo para fechar o acordo que começou em abril.

Rachel Bonn, da equipe de marketing nos Estados Unidos, disse que o dia anterior à oficialização da compra foi o último dia que "o Twitter foi o Twitter". "Grávida de oito meses e com um filho de nove meses, acabei de ter meus acessos cortados", escreveu.

Outras notícias, mais recentes, indicavam que o novo proprietário cortaria 3.700 funcionários, o que corresponderia à metade da equipe. Segundo reportagem do Financial Times, ele pode também reverter a política de home office adotada após a pandemia e passar a exigir novamente o trabalho presencial no escritório a partir desta segunda-feira (7).

Musk, homem mais rico do mundo e fundador da Tesla e da SpaceX, adquiriu a rede social sob a promessa de transformá-la na "plataforma da liberdade de expressão em todo o mundo". O bilionário é um crítico da atual moderação de conteúdo do Twitter.

Ao longo desta semana, ele anunciou outras mudanças, como o lançamento de uma assinatura mensal de US$ 8 para usuários que desejarem certificar a autenticidade de sua conta e receber menos anúncios publicitários. Atualmente, pessoas verificadas, como artistas e comunicadores, não precisam pagar para ter o selo azul.

No final da manhã, Musk publicou que o Twitter teve uma queda de brusca na receita por causa da pressão de ativistas em anunciantes, embora nada ainda tenha mudado na moderação de conteúdo.

"Estão tentando destruir a liberdade de expressão nos Estados Unidos", afirmou. A publicação, no entanto, não estava mais 

Segundo a Reuters, funcionários moveram uma ação coletiva contra o Twitter na quinta-feira (3). Eles argumentam que a empresa realiza demissões em massa sem fornecer o aviso prévio de 60 dias, o que viola leis norte-americanas. No Brasil, ainda não há indicativos de que os colaboradores farão o mesmo.

A rede social não se pronunciou oficialmente até o final da tarde desta sexta.

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