RIO DE JANEIRO, RJ - A taxa de desemprego subiu em 16 unidades da federação no primeiro trimestre de 2023, informou nesta quinta-feira (18) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Nos outros 11 Estados, o indicador ficou estável, sem variações estatísticas consideráveis, em relação ao quarto trimestre de 2022.
Na média do Brasil, o desemprego subiu para 8,8% no primeiro trimestre, após marcar 7,9% nos três meses imediatamente anteriores. Apesar do avanço, o nível é o menor para o primeiro trimestre desde 2015 (8%).
Na mesma base de comparação, o desemprego cresceu nas cinco grandes regiões do país. O destaque foi o Nordeste, onde a taxa aumentou 1,4 ponto percentual, chegando a 12,2%.
Os dados integram a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. O levantamento analisa tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal.
O IBGE ponderou que, historicamente, o início de ano registra aumento da desocupação. A busca por vagas de emprego costuma ser impulsionada por fatores como o término dos contratos temporários de final de ano.
Conforme Alessandra Brito, analista da pesquisa do IBGE, os números sinalizam esse impacto em 2023. "Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica", disse Brito.
Economistas avaliam que a retomada do emprego tende a perder velocidade neste ano. A projeção está associada ao cenário de desaceleração da atividade econômica em meio ao contexto de juros elevados.
O Nordeste (12,2%) seguiu com a maior taxa de desocupação entre as regiões no primeiro trimestre, enquanto o Sul (5%) teve a menor. Centro-Oeste (7%), Sudeste (8,6%) e Norte (9,1%) completam a lista.
Das dez unidades da federação com desemprego mais elevado, 7 são Estados da região Nordeste. Destacam-se Bahia (14,4%) e Pernambuco (14,1%), que têm as maiores taxas do país. As menores foram registradas por Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).
Para Brito, a diferença entre os Estados pode ser associada aos níveis de informalidade. "Bahia e Pernambuco, bem como a Região Nordeste como um todo, têm um peso maior de trabalho informal (emprego sem carteira e conta própria sem CNPJ), o que torna a inserção no mercado de trabalho mais volátil, podendo gerar pressão de procura por trabalho", diz a analista do IBGE.
Todos os Estados do Norte e do Nordeste mostraram taxas de informalidade superiores à média nacional (39%), segundo o instituto. Os maiores percentuais foram registrados por Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%).
Por outro lado, as menores taxas de informalidade do país foram estimadas em Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).
A pesquisa do IBGE ainda detalha o perfil das pessoas mais atingidas pelo desemprego no Brasil. Segundo o IBGE, a desocupação segue mais elevada para mulheres e pessoas pretas e pardas.
No primeiro trimestre, a taxa de desemprego foi estimada em 10,8% para as mulheres e em 7,2% para homens. A diferença se mantém em todas as regiões.
No recorte de cor ou raça, a desocupação dos brancos (6,8%) segue abaixo da média nacional (8,8%), enquanto a dos pretos (11,3%) e a dos pardos (10,1%) ficam acima.
"A maior taxa de desocupação entre mulheres e entre pessoas de cor preta e parda é um padrão estrutural do Brasil, que a pesquisa acaba refletindo. Essas populações também estão sobrerrepresentadas na informalidade, se comparadas aos homens e às pessoas de cor branca", afirmou Brito.
TAXA DE DESEMPREGO, EM %
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