O dólar bateu a máxima de R$ 5,6750 na abertura do pregão da manhã desta quinta-feira (21), uma alta de 2% em relação ao fechamento da véspera. O mercado de câmbio reflete os temores do risco fiscal representado pela intenção do governo em aumentar os gastos com a aproximação da corrida eleitoral de 2022. Os juros futuros tinham forte aumento nos prêmios, com o DI janeiro 2025 voando 60 pontos-base, a 11,50% ao ano.
Após forte repercussão negativa da proposta em estudo pela gestão Jair Bolsonaro (sem partido) para fazer gastos sociais por fora das regras fiscais, o ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta quarta-feira (20) que o governo quer ser popular, não populista. Ele, no entanto, apresentou ideia em avaliação que pode furar o teto, regra que limita o crescimento das despesas públicas.
O ministro afirmou que a discussão sobre o Auxílio Brasil envolve duas possibilidades no momento: revisar os índices de correção que impactam o teto de gastos ou pedir uma licença para fazer um gasto temporário até o fim de 2022.
Bolsonaro vem pressionando a equipe econômica a elevar o benefício do Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família, para R$ 400.
Na terça-feira (19), quando a determinação do presidente para o aumento de gastos veio à tona, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, caiu 3,28%, a 110.672 pontos, chegando a recuar 3,91% durante a tarde, quando atingiu a mínima de 109.947 pontos.
Nesta quinta-feira, ativos brasileiras cotados no exterior também registravam queda devido à fala de Guedes na véspera.
Contratos de real transacionados na CME (Bolsa Mercantil de Chicago) caíam 1,4%, com US$ 1 valendo R$ 5,63. Em Paris, um ETF (Exchange Traded Fund, também conhecido como índice de fundo) que acompanha o Ibovespa, principal indicado da Bolsa brasileira, perdia 3,4%, maior queda desde o início de setembro e indo em direção ao menor patamar desde março passado.
Para piorar, o Banco Central não anunciou venda líquida de dólares, seja na forma de swap cambial, seja de moeda física, para esta quinta (21), mas dada a disparada do dólar agentes financeiros não descartam que o Bacen intervenha de surpresa no mercado.
E o exterior tampouco ajuda, num dia de queda das bolsas de valores e de moedas emergentes, em meio a renovados temores relacionados ao mercado imobiliário chinês.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta