O dólar começou dezembro com forte queda ante o real. A entrada de fluxo externo, em novo dia de busca por ativos de risco no mercado financeiro internacional, o aumento da intervenção pelo Banco Central e notícias positivas internas sobre o fiscal ajudaram o real a ter o melhor desempenho nesta terça-feira (1º), ante a divisa americana, considerando uma cesta de 34 moedas mais líquidas. Assim, o dólar fechou em baixa de 2,21% no mercado à vista, a R$ 5,2278, no menor nível desde 31 de julho (R$ 5,21). No mercado futuro, o dólar para janeiro fechou em queda de 2,35%, a R$ 5,2085.
A terça-feira foi marcada por uma conjunção de notícias favoráveis. No exterior, cresceu a expectativa de vacinação mais rápida da população, ainda em dezembro, e também de algum pacote fiscal nos Estados Unidos, após nova aproximação hoje da Casa Branca com a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara. Assim, o dólar caiu no menor nível em quase 30 meses, considerando o DXY, índice que mede a divisa americana ante moedas fortes. "O dólar retomou a trajetória de enfraquecimento", comentam os estrategistas de moedas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH).
Internamente, o noticiário fiscal agradou. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou na tarde de hoje que o Congresso votará a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) no próximo dia 16. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro disse que prorrogar o auxílio "é caminho para o insucesso". Ainda nas reformas, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) disse que é possível votar a reforma tributária na comissão que preside até o próximo dia 10.
"A situação fiscal do Brasil é precária", afirmam os estrategistas do Bank of America. Contudo, a avaliação deles é que há espaço para reduzir o risco fiscal no País e o banco americano espera que no primeiro trimestre de 2021 o cenário esteja menos incerto. Por isso, passou a ficar "cautelosamente otimista" com o real e reduziu a previsão das cotações do dólar no País de níveis ao redor de R$ 5,38 esperados até o terceiro trimestre do ano que vem para R$ 5,10.
"Os ativos locais seguirão à mercê do cenário e dos fluxos internacionais, mas com um olho nos avanços (ou não) da agenda política interna", avalia o diretor de investimentos e sócio da Tag Investimentos, Dan Kawa. O fluxo não dá sinais de perda de fôlego. Operadores reportaram novas entradas hoje na B3 e, em novembro, os aportes somavam quase R$ 33 bilhões, um recorde mensal.
Para os emergentes, dados preliminares do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, mostram ingressos de US$ 76,5 bilhões em novembro de investidores não residentes para aplicações nas bolsas e renda fixa. É o maior valor mensal da história que a região recebe e também bem acima do de outubro, que somou US$ 23,5 bilhões.
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