O dólar tinha queda nos primeiros negócios desta quarta-feira (23), engatando seu sexto dia seguido de desvalorização e chegando a ir abaixo do suporte de R$ 4,90 à medida que investidores continuavam a enxergar ambiente doméstico atraente para investimentos.
Às 9h08 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,33%, a R$ 4,8990 na venda. Na B3, às 9h08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a R$ 4,9120.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em queda de 0,57%, a R$ 4,9153, menor patamar para fechamento desde 24 de junho de 2021 (4,9062).
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 7.550 contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 2 de maio de 2022.
Nesta terça (22), o dólar comercial fechou em queda de 0,60%,, a R$ 4,9140, o menor valor da moeda americana desde 24 de junho do ano passado, quando a cotação do dia foi de R$ 4,9050. Na véspera, o dólar já tinha caído 1,45%, fechando a sessão a R$ 4,9440 na venda. Até então, o menor valor desde 29 de junho do ano passado.
Ações excessivamente desvalorizadas na Bolsa, a possibilidade de ganhos no setor de commodities devido a ameaças de escassez do petróleo provocadas pela guerra na Ucrânia, além de juros domésticos altos, criam uma combinação que favorece a entrada de dólares no país. O resultado é a queda da taxa de câmbio.
Neste ano, o real apresenta a maior valorização frente à divisa americana, quando comparado a outras moedas de países emergentes. O retorno à vista da moeda brasileira está em quase 13% no acumulado de 2022, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Marco Caruso, economista-chefe do Banco Original, reforça que o gatilho para a recente queda do dólar foi o novo choque de preços das commodities devido à invasão da Ucrânia pela Rússia. Ele destaca, porém, que esse "movimento foi exacerbado pela decisão do Banco Central de vincular a alta dos juros à elevação da cotação do petróleo", comentou.
A valorização de commodities produzidas no Brasil já é um fator importante para a queda do dólar, pois essas mercadorias são negociadas em dólar e, naturalmente, representam uma porta de entrada para a moeda estrangeira.
"E se você ainda tem o Copom [Comitê de Política Monetária do Banco Central] dizendo que vai aumentar os juros se o petróleo subir, isso é uma força a mais [para a queda do dólar], já que os juros mais altos tendem a atrair mais capital estrangeiro para a nossa renda fixa", comentou Caruso.
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