O dólar teve um dia de fraqueza frente ao real assim como ante a maioria das moedas de países emergentes. A divisa dos Estados Unidos chegou a ser cotada, na mínima, a R$ 5,3729, mas ao final desta terça-feira (11), se recuperou um pouco para encerrar a sessão a R$ 5,4156, em queda de 0,93%. O avanço na reta final da sessão de negócios teve como mote a sinalização de mais uma travada nas negociações por mais estímulos à economia americana.
Mas, de acordo com profissionais que acompanham esse mercado, durante todo o dia, havia prevalecido o ambiente de percepção um pouco mais otimista sobre o entendimento a respeito do pacote trilionário no Congresso dos Estados Unidos, o registro de uma vacina contra a covid-19 pela Rússia, promessa da China de cumprimento da fase 1 do acordo com EUA e, especificamente no caso do Brasil, algum alívio sobre o andamento das reformas. Além disso, questões técnicas também permearam o dia, levando à realização dos investidores pelo fato de que o dólar vinha se mantendo no nível dos R$ 5,40.
"Tudo isso contribuiu para melhorar o desempenho das moedas emergentes, e o Brasil está indo melhor do que todos, uma vez que a percepção é a de que há uma propensão maior de andamento das reformas", disse Para Otávio Aidar, estrategista-chefe e gestor de moedas da Infinity Asset.
Hoje a XP investimentos divulgou pesquisa mostrando que a aprovação da reforma tributária na Câmara e no Senado até o fim de 2020 tem probabilidade alta de ocorrer na opinião de 56% dos deputados consultados. Foram ouvidos 146 deputados, com representatividade da composição da Câmara, entre 20 e 31 de julho. Excluídos os parlamentares de partidos de oposição, o porcentual que acredita em aprovação da reforma este ano sobe para 59%, destaca a XP.
Na avaliação de Fernando Bergallo, da FB Capital, não é possível inferir que o movimento de hoje seja um ponto de inflexão. "Está mais para um movimento de realização de um dólar que veio de R$ 4,80 em junho. Não quer dizer que seja teto, mas R$ 5,40 vem parecendo ponto de realização técnica", afirmou ele, para quem as preocupações com a questão fiscal e o cenário defensivo ainda são pano de fundo. "O mercado vai ficar em compasso de espera sobre questões como o auxílio-emergencial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos", disse, lembrando que o dólar ainda está se mantendo alto, não tendo havido movimento forte de desvalorização.
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