O dólar voltou a subir, após cair 9% em junho até esta segunda, 8, e recuar mais de R$ 1,00 desde a máxima histórica de 14 de maio, quando bateu em R$ 5,97. Profissionais das mesas de câmbio dizem que a valorização desta terça-feira, 9, foi um movimento esperado de ajuste, enquanto os investidores aguardam o final da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que termina na tarde desta quarta-feira.
A moeda americana subiu de forma generalizada nos emergentes. No mercado doméstico, o dólar terminou o dia em alta de 0,70%, a R$ 4,8883 no segmento à vista. Na máxima do dia, o dólar chegou a bater em R$ 4,93. No mercado futuro, o dólar para julho era negociado com valorização de 1,58%, a R$ 4,9045 às 17h30.
"Hoje foi basicamente um movimento de realização", avalia o gerente de tesouraria do Travelex Bank, Felipe Pellegrini. Ele ressalta que, com o Ibovespa subindo sete pregões consecutivos e o dólar caindo 19% desde a máxima histórica do dia 14 de maio, era natural um ajuste. A perspectiva de recuperação mais rápida das economias, em V, ajudou a estimular a busca por ativos de risco nos últimos dias, acrescenta.
Pellegrini destaca que persiste esta perspectiva de recuperação em V, mas o dólar ainda pode ter novos ajustes. O nível de resistência para cima é de R$ 5,00, que se ultrapassado pode levar a moeda americana a R$ 5,07. Para o executivo, dependendo do que vier de notícias nos próximos dias, a moeda pode testar esses níveis para cima e depois voltar para abaixo de R$ 5,00.
Sobre a reunião do Fed que começou na tarde desta terça-feira, os economistas do Deutsche Bank em Nova York destacam que aumentou o interesse pelo desfecho do encontro e as declarações do presidente Jerome Powell após a surpresa com os dados do mercado de trabalho americano na última sexta-feira. Eles esperam o anúncio de um novo programa de compra de ativos, na casa dos US$ 65 bilhões a US$ 85 bilhões por mês, e a sinalização de que os juros serão mantidos baixos por longo período.
Já o estrategista do Société Générale, Klaus Baader, não espera novas medidas de estímulo pelo Fed nesta quarta-feira, 10, mas a sinalização de que o BC americano não tem intenções de retirar as medidas já adotadas tão cedo. "Esperamos que o Fed permaneça muito acomodativo por um período prolongado de tempo enquanto a economia se reestrutura", escreve em relatório nesta terça-feira
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