> >
Em entrevista, Guedes questiona por que não é possível vender praias

Em entrevista, Guedes questiona por que não é possível vender praias

Ministro diz que país tem "trilhões de ativos mal usados" e cita que "grupo de fora" pode oferecer US$ 1 bilhão por praia brasileira, mas não é possível fazer negócio

Publicado em 28 de setembro de 2022 às 14:41

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura

SÃO PAULO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, questionou por que não é possível leiloar praias brasileiras. Em participação no Flow Podcast na terça-feira (27), Guedes criticou a má gestão pública, afirmou que a União possui "trilhões" de ativos que não são usados e perguntou por que um "grupo de fora", interessado em oferecer US$ 1 bilhão por uma praia brasileira, não poderia fazer o negócio.

"O caso do Brasil é um caso clássico de má gestão. Tem trilhões de ativos mal usados", começou o ministro.

Paulo Guedes
Paulo Guedes diz que tem sensação de dever cumprido à frente do Ministério da Economia. (Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

E completou: "Por exemplo, tem um grupo de fora que quer comprar uma praia numa região importante do Brasil, quer pagar US$ 1 bilhão. Aí você chega lá, pergunta: vem cá, vamos fazer o leilão dessa praia? Não, não pode. Por quê? Isso é da Marinha. Você fala: e quanto a gente recebe por isso aí? A gente pinta lá o quartel deles uma vez por ano. Como é que pode um negócio desses? É muito mal gerido o troço. Não é de ninguém, quando é do governo não é de ninguém."

Na entrevista, Guedes também afirmou que sairá com o sentimento de dever cumprido caso o presidente Jair Bolsonaro não consiga a reeleição em outubro.

Nesta quarta-feira (28), durante participação no programa Pânico, da Jovem Pan, o ministro afirmou que o teto de gastos impediu o crescimento econômico do governo. Segundo ele, as afirmações que a regra fiscal foi desrespeitada são fake news. "Disseram que furamos o teto. Isso é fake news. O teto era pra governo não crescer e não estávamos crescendo", apontou.

Segundo Guedes, o teto de gastos era uma obra inacabada, uma casa sem paredes, com o chão comprimindo o teto com o aumento de despesas.

O ministro da Economia também argumentou que o Congresso precisa reassumir o orçamento público. "Fizemos em tempos de guerra o que os políticos não fazem em períodos de paz. A classe política mantém 96% do orçamento carimbado e briga por 4%", disse.

Apesar das críticas, Guedes declarou que nunca recebeu qualquer proposta indecorosa. "Não vi nenhuma proposta indecente no governo, se acontece no subterrâneo é outra conversa", declarou

CRESCIMENTO ECONÔMICO DOS GOVERNOS DE LULA

O ministro da Economia afirmou também que o crescimento econômico dos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu na esteira da estabilização atingida pelo País por meio do Plano Real. Segundo ele, Lula teve seus méritos por incluir os mais necessitados no orçamento público, por meio do Bolsa Família, mas a gestão Bolsonaro aumentou o gasto com benefícios sociais de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,5%.

"Lula conseguiu crescer na esteira da estabilização anterior, mas logo acabou o gás", disse Guedes.

O ministro também criticou decisões judiciais, matérias jornalísticas e decisões de políticas que, segundo ele, são tomadas fora das quatro linhas. "Quando juiz do STF sai das quatro linhas, descredencia o Supremo. Eu também, de vez em quando, dou uma escorregada. O barulho da política abafou a realidade econômica", declarou.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais