Os principais organismos do setor elétrico estão mobilizados para identificar se houve sabotagem e vandalismo em ao menos três quedas de torres de transmissão no Brasil, sendo duas em Rondônia e uma no Paraná.
Após os atos extremistas em Brasília, no domingo (8), foi registrado aumento do número de incidentes, o que gerou alerta entre autoridades.
Foi formado um gabinete para o monitoramento dos riscos ao sistema nacional, consolidando informações e as ações de MME (Ministério de Minas e Energia), ONS (Operador Nacional do Sistema) e Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O mapeamento inclui a geração e a distribuição, mas os problemas, até o momento, foram relatados na transmissão.
A Aneel, que está consolidando as informações, detalha em boletim que três torres de transmissão foram atingidas. Nas primeiras notificações à agência, as empresas veem indícios de vandalismo e sabotagem.
"Neste momento, ainda não temos como afirmar que foram atentados, porque está em avaliação", diz Sandoval Feitosa, diretor geral da agência. "As ocorrências são estranhas, mas ainda estamos na fase de pedidos de informação."
As torres atingidas estão em linhas de transmissão estratégicas.
Em Rondônia, ainda no domingo (dia dos ataques golpistas em Brasília), às 21h30, foi atingida uma das torres responsáveis pela linha Samuel/Ariquemes. A linha faz parte de uma conexão maior, que reforça a interligação do sistema entre Rondônia e Mato Grosso.
Na madrugada de segunda (9), pouco depois da meia-noite, foi derrubada uma das torres da Linha do Madeira, responsável pelo escoamento, para o Sudeste, das duas usinas do chamado Complexo Hidrelétrico do rio Madeira, no Norte, as usinas de Santo Antônio e Jirau, em Porto Velho (RO).
Entre Sul e Sudeste, também na madrugada de segunda, houve queda de uma torre no Paraná que sustenta a linha Foz/Ibiúna e atua no escoamento da energia da Usina de Itaipu para o sistema interligado nacional.
A empresa Evoltz informou que dois estais (os cabos de aço que servem para dar firmeza à sustentação de torres de transmissão) haviam sido cortados, o que denota ação intencional para derrubar a estrutura. Não houve nenhuma alteração climática que pudesse justificar o impacto.
Em nenhum dos casos o serviço de energia chegou a ser comprometido.
Os ataques a torres de transmissão ocorreram enquanto grupos de apoio aos atos antidemocráticos em Brasília também realizaram tentativas de impedir a distribuição de combustíveis em refinarias.
Em nota, MME informou que acompanha eventuais indícios de vandalismo não apenas no setor de energia elétrica, mas também nas áreas de mineração e combustíveis, e que foram acionados os órgãos de segurança federais e estaduais para apurar e prevenir esses atos.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta