Com o aumento na demanda por crédito em meio à pandemia, o endividamento das famílias junto aos bancos alcançou 50,3% em outubro, maior nível da série histórica iniciada em janeiro de 2005.
O dado, divulgado nesta quinta-feira (28) pelo Banco Central, considera o estoque dos financiamentos da família com relação à sua renda em 12 meses. O nível de endividamento passou de 50% pela primeira vez.
O comprometimento da renda mensal do brasileiro com parcelas de empréstimos, por sua vez, chegou a 21,7% e se igualou a setembro de 2015, quando o percentual tinha sido o maior.
Para Fernando Rocha, chefe do departamento de estatísticas do BC, o nível não é necessariamente preocupante.
"É um tema que deve ser observado, de educação financeira, mas os níveis de inadimplência permanecem baixos. Ter passado para 50% não é indicativo de problema", avalia.
Em 2020, até outubro, o endividamento cresceu 5,4 pontos percentuais e o comprometimento de renda aumentou 1,7 ponto.
Ao excluir financiamento imobiliário, linha de longo prazo que normalmente consome maior percentual da renda das famílias, o endividamento chega a 29,3% e o comprometimento a 18,9%.
Como o dado considera uma média móvel trimestral, há uma defasagem de três meses em sua divulgação, por isso, o último dado disponível é o de outubro.
Segundo a mesma pesquisa do BC, a inadimplência ficou em 2,1% em dezembro, menor valor da série, com redução de 0,1 ponto no mês e 0,8 ponto no ano.
O auxílio emergencial, que terminou em dezembro, e as renegociações das parcelas de empréstimos promovidas pelos bancos durante a pandemia, segundo o BC, evitaram os calotes.
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