O discurso polêmico do presidente Jair Bolsonaro pedindo o fim do isolamento e a reabertura do comércio e das escolas está de acordo com posicionamento da equipe econômica.
Segundo a colunista Adriana Fernandes, do jornal o Estado de S.Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem feito a cabeça do presidente sobre o alto risco de se paralisar bruscamente a economia brasileira.
De acordo com a jornalista, Guedes tem se mostrado contra o fechamento do comércio e o isolamento domiciliar da força de trabalho. A preocupação do gestor econômico, é que a quarentena vai provocar o colapso nas cadeias produtivas do país.
A SRB (Sociedade Rural Brasileira) encaminhou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a ministros de seu governo e a governadores com uma série de medidas que, na avaliação dos ruralistas, devem ser tomadas para evitar que o país enfrente desabastecimento durante a pandemia do novo coronavírus.
Assinada pela presidente da entidade, Teresa Vendramini, a carta pede que as autoridades priorizem manter em funcionamento a estrutura logística de rodovias e ferrovias, "permitindo a livre circulação de insumos, produtos agrícolas e trabalhadores rurais".
O receio da associação, de acordo com seu vice-presidente, Pedro de Camargo Neto, é que bloqueios em rodovias prejudiquem o transporte e, consequentemente, o abastecimento de todo o país em meio à pandemia.
"A logística é a nossa principal preocupação. Já tivemos interrupções, há cidades que estão parando estrada, barreiras estaduais. Tudo cria tumulto, precisamos acalmar. O risco existe, mas tem de acalmar, resolver pontualmente", afirmou
De acordo com ele, a carta teve o objetivo de servir como um alerta ao governo, para que não deixe paralisações pontuais em estradas crescerem. "Felizmente os incidentes que ocorreram têm sido eliminados", afirmou.
A avaliação do vice-presidente é a de que o país enfrenta atualmente dois grandes problemas, com possibilidade de um terceiro, que podem atrapalhar o escoamento da produção rural.
A safra está aí, a produção está aí. Não é só transporte, é acesso, é porto, é cidade que fechou. Governadores saíram com medidas, prefeitos querem fazer cada um do seu jeito e isso é um tumulto.
Enfrentamos, além da logística, a questão trabalhista. Todos ficaram com medo, é natural, é momento de medo mesmo, mas é preciso transmitir confiança nesse medo, para poder enfrentar. Temos de trabalhar, fluir, não só o abastecimento como a exportação." O terceiro ponto, conforme ele, que pode chegar, é a questão financeira, ligada ao crédito.
Embora pregue a possibilidade de desabastecimento no documento, Camargo Neto afirmou que, pelo cenário de hoje, não acredita que isso vá acontecer. "Os poucos incidentes que surgiram têm sido resolvidos. Acho que temos de ter consciência desse risco, mas não acho que vá ocorrer", disse.
Com informações do jornal Estado de S.Paulo e da Folha Press
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