O Espírito Santo terminou o mês de julho com fechamento de 4.117 postos de trabalho, registrando o pior resultado entre os Estados. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Ministério da Economia.
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De acordo com dados, os setores da agropecuária (-3.190), de serviços (1.462) e da indústria de transformação (-159) foram os responsáveis pelo saldo negativo. O superintendente regional do Trabalho no Espírito Santo, Alcimar Candeias, explica que os fechamentos de vagas no agronegócio, por exemplo, são em decorrência do fim da safra do café.
O mês de julho é sazonal, pois o agronegócio registra a dispensa dos trabalhadores da colheita, o que impacta no resultado final da pesquisa. Além disso, outros setores acabam sendo impactados em decorrência do término dessa atividade como o de serviços, comenta ao acrescentar que os reflexos atingem segmentos de transporte e alimentação.
Este é o segundo mês consecutivo que o Espírito Santo registra queda no número de trabalhadores formais. Em junho foram 1.152 desligamentos. Apesar da queda, dos últimos dois meses, de janeiro a julho deste ano o Estado registra um crescimento no número de carteiras assinadas, ou seja, saldo positivo de 14.721 e nos últimos 12 meses de 19.026.
Já dentre os municípios, a Serra ficou com a maior queda, 1.025 ao todo, ou seja, uma redução de 0,85% em relação ao mês anterior. Percentualmente, Nova Venécia teve a maior redução, 5,11%, com menos 363 postos.
Os destaques positivos ficaram com os setores de Construção Civil e Comércio. O primeiro apresentou um saldo positivo de 460 postos de trabalho e o segundo, 174.
O economista e conselheiro do Conselho Federal de Economia, Eduardo Araújo, avalia que nos próximos meses o quadro deve melhorar em decorrência da reforma da Previdência e da liberação de saques do FGTS.
Não está se gerando um quantitativo de vagas que o mercado precisa. Por outro lado, há um grande crescimento no mercado informal. Olhando para o futuro, as perspectivas aumentam por conta da aprovação da reforma da Previdência. Isso deixa o mercado com um otimismo maior e a tendência é de apostar no saldo positivo. A liberação dos recursos do FGTS dão um novo ânimo para o comércio, que deve gerar mais vagas por causa desse dinheiro, ressalta.
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Araújo ressalta também que a melhora do cenário econômico depende ainda de fatores externo como a guerra comercial entre o Estados Unidos e a China. Esse impasse gera uma oscilação no mercado de câmbio, gerando incertezas no processo de recuperação do Espírito Santo. No entanto, a expectativa é que a economia registre no Estado um crescimento de um pouco mais de 1%, afirma.
NO BRASIL
Pelo quarto mês consecutivo, o emprego formal cresceu no Brasil. Dados do Caged mostram a abertura de 43.820 vagas de trabalho com carteira assinada em julho, um crescimento de 0,11% em relação ao estoque de junho.
Também houve crescimento no emprego se considerados os resultados dos sete primeiros meses deste ano. De janeiro a julho foram abertas 461.411 vagas formais, variação de 1,20% sobre o estoque. Em 2018, no mesmo período, as novas vagas tinham somado 448.263.
Dos oito setores econômicos, sete contrataram mais do que demitiram em julho. O saldo ficou positivo na Construção Civil, Serviços, Indústria de Transformação, Comércio, Agropecuária, Extrativa Mineral e Serviços Industriais de Utilidade Pública. Apenas Administração Pública descreveu saldo negativo.
A maior parte das vagas foi aberta em São Paulo, onde foram criados 20.204 postos de trabalho; Minas Gerais, com 10.609 novas vagas, e Mato Grosso, que teve saldo positivo de 4.169 postos.
Os piores resultados, depois do Espírito Santo, foram do Rio Grande do Sul, com 3.648 postos a menos, e do Rio de Janeiro, que fechou julho com saldo negativo de 2.845 postos.
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