A economia capixaba ficou praticamente estacionada nos últimos anos, com um crescimento minúsculo em função da crise nacional. Não bastasse a estagnação, o Espírito Santo andou para trás em 2015 e, ainda com mais velocidade, em 2016, quando fechou o ano com uma queda de 8,2% na atividade econômica. Agora, no entanto, o Estado larga na frente na saída da crise, com uma recuperação superior à média nacional, de acordo com números de 2017, em que todo o Brasil começa a apresentar uma melhora, mesmo que tímida.
No ano passado, a economia capixaba registrou um crescimento de 1,5%, um índice superior ao da média nacional, de 1,04%. Na Região Sudeste, o Estado também foi o destaque, ficando na frente de São Paulo (0,22%), Minas Gerais (0,41%), e Rio de Janeiro (-1,92%), que obteve o pior desempenho no país.
Os dados foram compilados pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), com base no Índice Banco Central de Atividade Econômica Regional (IBCR), indicador considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e que mede o crescimento da economia nos setores.
Apesar de pequeno, o percentual de 1,5% aponta para uma importante recuperação do Estado, revertendo a queda brusca de 2016, e saindo da recessão, já que o Estado não registrava um IBCR positivo desde 2014, quando fechou com um crescimento de 3,7%.
Ainda não é o crescimento que precisamos, mas é um que aponta para o início da recuperação da nossa economia, que também sofreu mais em função de fatores como a paralisação da Samarco. Essa, aliás, ainda é uma das nossas dificuldades, que fazem com que esse crescimento não seja mais robusto, já que o não funcionamento da empresa deixa um buraco na economia, afirma o economista Eduardo Araújo, vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon).
INDÚSTRIA
O setor industrial tem sido o verdadeiro combustível que tem levado o Estado a sair na frente nessa retomada econômica. No ano passado, a produção física da indústria capixaba cresceu 1,7%, segundo o IBGE, sendo o grande destaque da atividade econômica do Espírito Santo.
Dada a característica de exportação de commodities, o Estado tende a sair na frente realmente, levando em conta a melhora dos preços em 2017. Se continuar assim, essa recuperação em 2018 deve ser ainda melhor. Além disso, a produção de alimentos e bebidas continuam a puxar muito essa melhora, explica Marcelo Saintive, diretor-executivo do Ideies.
O impulso no segmento industrial se deve, em grande parte, pelo alto crescimento da indústria alimentícia, que em 2017 apresentou alta de 13%.
Os setores de comércio e serviços, na contramão, apresentaram queda no ano passado, de -2,3% e -1,2%, respectivamente. Em 2017, tivemos a crise na segurança, que impactou muito esses setores, com um mês de fevereiro de prejuízos imensos, ressalta Araújo.
PROJEÇÃO
Para este ano, as perspectivas dos especialistas sobre a economia do Estado também são positivas, até mesmo em função do otimismo com a economia nacional.
Segundo Saintive, a indústria deve ter um papel ainda mais importante na recuperação do Estado. A indústria extrativa e a de metalurgia, que têm um papel importante, devem melhorar, além da alimentícia, que deve seguir numa crescente. Todas as perspectivas são boas e acreditamos que o Espírito Santo vai estar um pouco melhor que o Brasil, avalia.
Araújo confirma esse otimismo, mas vê com preocupação 2019. O crescimento de 2018 já etá contratado. As incertezas recaem agora para a partir de 2019, por não sabermos a liderança política que teremos no cenário nacional, pondera.
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