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ES será afetado pela decisão de Trump de retomar tarifa sobre aço

ES será afetado pela decisão de Trump de retomar tarifa sobre aço

Medida do presidente americano pode contribuir ainda mais para a desaceleração do mercado siderúrgico no Estado. Motivo da taxação é a desvalorização da moeda brasileira

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 11:02

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Vista aérea da planta siderúrgica da ArcelorMittal Tubarão, na Serra. (ArcelorMittal Tubarão/Divulgação)

Em uma publicação no Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que Brasil Argentina têm desvalorizado as próprias moedas e, por conta disso, anunciou que vai retomar tarifas sobre aço e alumínio provenientes dos dois países da América do Sul. A decisão terá impacto no mercado siderúrgico do Espírito Santo que tem a maior parte de suas vendas feitas para o mercado norte americano.

“A desvalorização não é boa para os nossos fazendeiros", disse o chefe da Casa Branca, acrescentando que o que vem acontecendo com as moedas locais frente ao dólar causa dificuldades para as exportações americanas. "Fed (Federal Reserve, o banco central americano) precisa agir para que países não tirem vantagem de nosso dólar forte para desvalorizar ainda mais suas moedas”, completou.

Em tuíte, Trump anunciou que deve retomar tarifas sobre aço e alumínio de Brasil e Argentina. (reprodução)

A decisão pode impactar ainda mais a desaceleração do mercado de aço. Em agosto, conforme publicou a colunista Beatriz Seixas, o desaquecimento levou uma das grandes empresas do setor, a ArcelorMittal Tubarão, a antecipar a parada do alto-forno 2 da empresa

Além do desaquecimento do mercado, a empresa levou em consideração o desaquecimento do mercado de aço no Brasil e no mundo, a persistente crise econômica nacional e o desastre de Brumadinho, que impactou nos preços do minério – matéria-prima para a fabricação do aço.

Alto-forno 2 da ArcelorMittal Tubarão . (Rogerio Mathias da Costa)

O presidente da República, Jair Bolsonaro, reagiu à fala de Trump afirmando que vai conversar com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e acrescentou que, se precisar, vai contatar o próprio presidente americano. "Se for o caso, falo com Trump, tenho canal aberto".

TARIFAS

O presidente Trump havia anunciado, em março do ano passado, a imposição de uma sobretarifa de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio de vários países, incluindo o Brasil - o maior exportador de aço para os EUA.

"Nossas indústrias de aço e alumínio foram dizimadas por décadas de comércio injusto e políticas ruins de países ao redor do mundo. Nós não podemos mais deixar que tirem proveito do nosso país, empresas e trabalhadores", escreveu o presidente americano, à época, em sua conta no Twitter.

A decisão provocou enorme polêmica em todo o mundo. Os próprios americanos questionaram a medida, argumentando que a barreira a essas matérias-primas poderia encarecer o preço de automóveis, eletrodomésticos e de outros produtos, podendo ter um impacto negativo sobre a inflação do país. Mas Trump ignorou as críticas. "Sem aço, não há país", disse.

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Em agosto, porém, diante da pressão das próprias empresas americanas, o presidente americano voltou atrás e resolveu flexibilizar a política das sobretarifas. Ele autorizou a entrada de aço e alumínio no país em quantidade acima das cotas livres dessas taxas, desde que ficasse comprovado que o produto não era feito nos EUA em quantidade suficiente ou que fosse de qualidade insatisfatória. Agora, Trump resolveu retomar essas taxas, reabrindo a polêmica.

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