Os economistas do mercado financeiro cortaram novamente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (8), a expectativa para a economia este ano passou de retração 6,25% para queda de 6,48%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 4,11%.
Para 2021, o mercado financeiro manteve a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,50%. Quatro semanas atrás, estava em 3,20%.
No fim de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB recuou 1,4% no primeiro trimestre de 2020, ante o quarto trimestre de 2019. Na comparação com o primeiro trimestre de 2019, a queda foi de 0,1%.
No Focus agora divulgado, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de baixa de 3,59% para queda de 5,35%. Há um mês, estava em baixa de 3,00%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 2,50% para 3,00%, ante 2,75% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 64,28% para 64,63%. Há um mês, estava em 64,15%. Para 2021, a expectativa foi de 65,20% para 65,90%, ante 65,20% de um mês atrás.
O Relatório Focus trouxe nesta segunda-feira (8) manutenção na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano seguiu em 8,00%. No caso de 2021, foi de 2,06% para 2,15%. Há um mês, os porcentuais estavam em 7,52% e 2,00%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 foi de 12,00% para 12,30%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, passou de 6,00% para 6,20%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 12,00% e 5,70%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Os avanços nas projeções refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o País terá um cenário fiscal ainda mais difícil.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 45,50 bilhões para US$ 47,75 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 42,50 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit foi de US$ 45,00 bilhões para US$ 47,35 bilhões. Há um mês, estava em US$ 42,00 bilhões.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2020 passou de déficit de US$ 28,10 bilhões para US$ 20,50 bilhões, ante US$ 35,90 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de rombo foi de US$ 38,40 bilhões para US$ 32,75 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 44,00 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 foi de US$ 64,00 bilhões para US$ 60,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 70,75 bilhões. Para 2021, a expectativa seguiu em US$ 75,00 bilhões, ante US$ 79,00 bilhões de um mês antes.
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