A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, sugeriu que governos continuem implementando medidas de estímulos fiscais, com objetivo de garantir crescimento econômico sólido após a recessão provocada pelo novo coronavírus. "Esta é uma crise como nenhuma outra, a maior desde a Grande Depressão", definiu ontem durante evento virtual organizado pelo jornal The Washington Post.
Georgieva explicou que 127 países terão contração na atividade econômica este ano, com provável recuperação parcial em 2021. Segundo ela, nesse contexto, a comunidade internacional deve trabalhar para expandir as transformações digitais e, com isso, reduzir desigualdades. "Vamos ter um mundo com mais dívida, déficit e desemprego", projetou.
Sobre emergentes, a diretora afirmou que os bancos centrais dessas economias dispõem de reservas internacionais consideráveis, como resultado das ações tomadas após a crise financeira de 2008.
Segundo Georgieva, os países que foram prudentes durante o período de prosperidade tiveram menos dificuldades durante a pandemia, porque contaram com acesso a mercados de crédito. "Por conta das ações decisivas em economias avançadas, há liquidez no mundo", disse.
Georgieva ressaltou que, em teleconferência realizada na terça-feira pela manhã, ministros das Finanças do G-7 discutiram a situação de países pobres e reafirmaram o compromisso com o programa do G-20 para suspensão do pagamento de passivos, para os quais 73 países estão elegíveis. Logo após a reunião, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, emitiu nota dizendo que o grupo vai trabalhar em cooperação com o FMI e com o Banco Mundial. Ele disse que que espera "progressos significativos" já na reunião de julho.
Georgieva lembrou que o Fundo desembolsou cerca de US$ 260 bilhões de sua capacidade de US$ 1 trilhão em empréstimos este momento, com financiamento emergencial até agora concedido a 63 dos 189 países que pediram ajuda desde o início de março.
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