O número de pessoas vivendo na extrema pobreza aumentou 1,8% no último ano no Espírito Santo. É o que aponta um estudo feito pela Tendências Consultoria. Para se enquadrar em extrema pobreza, segundo medida adotada pelo governo federal, uma família deve ter renda per capita inferior a R$ 85 por mês.
A economista Daniela Cade associa esse crescimento da população em situação difícil com a crise econômica. O avanço da miséria está diretamente ligado à crise econômica. Desemprego aumentou vertiginosamente desde 2015, as empresas estão com uma maior capacidade ociosa e o investimento cessou. A consequência direta é o aumento da pobreza e da desigualdade, relata.
O estudo ainda mostra que em âmbito nacional a miséria também teve crescimento. Em 2014, o aumento foi de 3,2%. No entanto, quatro anos depois, em 2017, subiu para 4,8%. Nesse período, só em dois dos 27 estados brasileiros não apresentou aumento: em Tocantins e Paraíba.
O economista Pedro Lang acredita que o aumento de investimento é uma possível solução para que se mude essa realidade. A solução do problema é algo pouco intuitivo. O primeiro passo é fazer o Brasil voltar a crescer. isso passa por um ajuste fiscal e reformas estruturais que restauram a confiança e façam o empresário voltar a investir. Conforme os investimentos voltem é natural que o emprego retorne e o nível de renda volte a subir, comenta.
NORDESTE EM PIOR SITUAÇÃO
O estudo ainda mostra que os Estados do nordeste apresentaram piores índices. Sete tiveram uma piora da situação. Bahia, Sergipe e Piauí foram tiveram o maior crescimento da pobreza extrema. Maranhão se destacou como o pior resultado do país: 12% em 2017.
Já os Estados do Sul e do Sudeste, apesar da piora apresentada, estão entre os menos prejudicados.
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