Pressionado por grupos da sociedade civil e anunciantes, o Facebook anunciou nesta sexta-feira (26) que vai endurecer suas políticas de moderação de conteúdo, colocando advertências em posts que violem as políticas da empresa e proibindo mais tipos de mensagens de ódio em anúncios publicitários.
A plataforma agora suprimirá os anúncios que afirmem que as pessoas de determinados origens, etnias, nacionalidades, gênero, orientação sexual ou status migratório representam uma ameaça para a segurança ou a saúde dos demais, disse seu presidente, Mark Zuckerberg, em uma live.
A maior rede social do mundo tem sido criticada por grupos antirracistas e pressionada a ser mais intransigente com conteúdos de ódio postados em suas plataformas, com boicote por parte de anunciantes importantes.
A campanha "Stop Hate for Profit", iniciada por grupos de direitos civis dos EUA após a morte de George Floyd, pede que o Facebook, dono do Instagram, faça mais para impedir o discurso de ódio.
Mais de 90 empresas decidiram parar os anúncios na plataforma, entre elas a multinacional de alimentos e cosméticos Unilever, a empresa americana de telecomunicações Verizon, a fabricante de sorvetes Ben & Jerry's e as marcas esportivas Patagonia, North Face e REI.
Zuckerberg falou também da preparação da plataforma para as eleições de novembro nos EUA, prometendo que sua equipe barraria tentativas de manobra para suprimir o voto, particularmente de minorias.
No fim de maio, o Facebook foi criticado por, diferentemente do Twitter, negar-se a moderar mensagens polêmicas do presidente Donald Trump, uma sobre o voto por correio (que ele tratou como fraude eleitoral) e outra sobre as manifestações que vieram após a morte de George Floyd.
O Twitter ocultou os comentários do presidente e reduziu sua circulação potencial, apesar de deixá-los disponíveis para consulta.
O Facebook optou por uma medida no meio do caminho entre eliminar conteúdos e não intervir de nenhuma maneira, que era sua política até agora.
"Os usuários poderão compartilhar este conteúdo para condená-lo (...) mas agregaremos uma advertência para dizer às pessoas que o conteúdo que compartilham pode violar nossas regras", disse Zuckerberg.
Uma porta-voz do Facebook confirmou que a nova política implicaria em incluir um link com informações eleitorais no post de Trump sobre votos pelo correio.
A Unilever anunciou nesta sexta que interromperá a veiculação de anúncios no Facebook, Instagram e Twitter nos Estados Unidos até o fim do ano, citando o discurso de ódio durante a campanha eleitoral polarizada dos EUA.
As ações de Facebook e Twitter caíam mais de 7% nesta tarde.
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