O faturamento real da indústria caiu 1,2% em novembro ante outubro, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O porcentual já leva em conta ajustes sazonais e desconta o efeito de preços. A queda interrompe uma sequência de seis meses de aumentos consecutivos. Apesar disso, a entidade argumenta que o resultado "não permite concluir que o ciclo de crescimento tenha se encerrado".
"O resultado pode ser um ajuste em razão do ritmo acelerado da recuperação", argumenta a CNI.
No acumulado do ano ante igual período de 2019, o faturamento real caiu 0,4%, mas a CNI espera que o dado final de 2020 seja positivo, embora com crescimento próximo de zero.
Na comparação entre novembro de 2020 e igual mês de 2019, o faturamento real da indústria subiu 6,8%.
A CNI informou ainda que as horas trabalhadas na produção subiram 0,8% em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, abaixo do desempenho registrado em meses anteriores. Na comparação com novembro de 2019, o avanço foi de 3,4%.
"O resultado ilustra a perda de ritmo no crescimento da atividade industrial, o que não surpreende dado que o indicador já ultrapassou o patamar pré-pandemia e o grau de incerteza na economia continua elevado", disse a CNI.
O nível de emprego na indústria teve o quarto mês seguido de alta, com crescimento de 0,4% em novembro ante outubro. Mesmo assim, o desempenho ficou 0,2% abaixo de igual mês de 2019. No acumulado do ano, a queda é de 2,2%. Segundo a CNI, o indicador deve fechar 2020 no vermelho.
A massa salarial real (descontada a inflação pelo INPC) teve quedas de 0,1% em novembro ante outubro e de 3,9% ante novembro de 2019. Já o rendimento médio real do trabalhador da indústria caiu 0,9% na passagem de outubro para novembro e recuou 3,6% ante novembro de 2019.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria caiu em novembro, após ter superado os 80% em outubro, conforme os dados da CNI. Na passagem do mês, o indicador recuou de 80,1% para 79,9%.
"O recuo registrado em novembro não significa uma reversão do crescimento industrial, mas reforça a conclusão de redução do ritmo de crescimento", ponderou a CNI.
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