A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu nota na noite desta quinta-feira (2) em que reafirma o apoio ao manifesto "A Praça é dos Três Poderes", que defendia a harmonia institucional no país.
O documento, elaborado nas últimas semanas, reunia assinaturas de mais de 200 entidades e tinha previsão para ser publicado até a última terça-feira (31). A coordenação da coleta de adesões e divulgação estava a cargo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mas o presidente da entidade, Paulo Skaf, adiou a sua publicação.
O manifesto desagradou ao governo, que via no texto críticas à gestão de Jair Bolsonaro (sem partido) –que vem aumentando os ataques à democracia e, em especial, ao Supremo Tribunal Federal –, e fez Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil ameaçarem abandonar a Febraban caso o documento fosse divulgado com a assinatura dos bancos públicos.
A decisão de Skaf é atribuída por empresários a um gesto dele a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados. Ele estaria em débito com o parlamentar, que acatou pleitos do setor na reforma do Imposto de Renda.
"A Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) reafirma o apoio emprestado ao manifesto "A Praça é dos Três Poderes", cuja adesão se deu, desde o início, dentro de um contexto plurifederativo de entidades representativas do setor produtivo e cuja única finalidade é defender a harmonia do ambiente institucional no país.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) assumiu a coordenação do processo de coleta de assinaturas e se responsabilizou pela publicação, conforme e-mail dirigido a mais de 200 entidades no último dia 27 de agosto.
A FEBRABAN considera que o conteúdo do manifesto, aprovado por sua governança própria, foi amplamente divulgado pela mídia do país, cumprindo sua finalidade. A Federação manifesta respeito pela opção do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que se posicionaram contrariamente à assinatura do manifesto.
Diante disso, a FEBRABAN avalia que, no seu âmbito, o assunto está encerrado e com isso não ficará mais vinculada às decisões da FIESP, que, sem consultar as demais entidades, resolveu adiar sem data a publicação do manifesto.
A FEBRABAN confirma seu apoio ao conteúdo do texto que aprovou, já de amplo conhecimento público, cumprindo assim o seu papel ao se juntar aos demais setores produtivos do Brasil num pedido de equilíbrio e serenidade, elementos basilares de uma democracia sólida e vigorosa."
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