A agência de classificação de risco de crédito Fitch manteve o rating BB- do Brasil, abaixo do grau de investimento. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (14), a agência alerta para o risco a reformas fiscais e econômicas com o Congresso fragmentado e instabilidade política do governo de Jair Bolsonaro.
"A falta de estabilidade do governo Bolsonaro e falta de uma base confiável no Congresso pode fazer as reformas difíceis e mais demoradas, especialmente aquelas que requerem emendas constitucionais. As eleições municipais de 2020 podem diminuir a janela para reformas. Finalmente, as perspectivas da reforma podem sofrer caso a economia tenha um desempenho abaixo do esperado nos próximos meses", diz o comunicado da Fitch.
A agência americana também aponta a alta e crescente dívida interna, rigidez da estrutura fiscal e fraco crescimento econômico como justificativa a manutenção do rating.
Segundo a Fitch, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ter um crescimento de 0,8% em 2019 e de 2% em 2020. As previsões estão abaixo das médias de 3% e de 3,2%, para 2019 e 2020 respectivamente, de demais países na faixa de crédito BB.
Em dezembro de 2015, o país perdeu o selo de bom pagador, quando saiu de BBB- para BB+.? Em maio de 2016, a classificação caiu novamente, para BB. Em fevereiro de 2018, veio a última queda: BB-.
O documento ainda aponta como pontos positivos a aprovação da reforma da Previdência, que deve gerar uma economia de R$ 800 bilhões em dez anos, e desinvestimentos na Petrobras e em bancos públicos.
No fim de outubro, o risco-país do Brasil medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos foi ao patamar mínimo em mais de seis anos.
O índice funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes, e sua queda pode indiciar uma melhora futura no grau de investimento do país.
Nesta quinta, o CDS está em 123 pontos, oito pontos acima da mínima do ano, mas ainda um dos patamares mais baixos dos últimos anos.
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