A série de leilões de infraestrutura batizada pelo governo federal de Infra Week terminou nesta sexta (9) com a concessão de cinco terminais portuários por R$ 216 milhões em bônus mais promessa de investimentos de R$ 612 milhões.
Nos dias anteriores, o governo concedeu 22 aeroportos e a Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste). No acumulado da semana, a arrecadação em bônus somou R$ 3,5 bilhões. Os vencedores dos leilões terão que investir, ao todo, R$ 10 bilhões.
Como esperado pelo mercado, a concorrência foi forte apenas nos leilões de aeroportos, que terminaram com ágio médio de 3.822,61%. A ferrovia atraiu apenas um interessado e, nos leilões de terminais portuários, as disputas tiveram, no máximo, dois interessados.
Em nota enviada antes do leilão, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que as concessões portuárias mostram "a capacidade do Brasil de realizar leilões importantes no segmento, mesmo em momentos de crise".
"Estamos fazendo nossa parte para aumentar a competitividade do setor portuário e reduzir custos logísticos do país", afirmou o ministro, que tem repetido durante a semana que os resultados dos leilões são uma vitória do presidente Jair Bolsonaro.
Nesta sexta, foram concedidos terminais nos portos de Itaqui, no Maranhão, e de Pelotas, no Rio Grande do Sul. Três terminais de Itaqui foram arrematados pela Santos Brasil Participações e um pela Tequimar (Terminais Químicos de Aratu).
A maior disputa no leilão se deu entre Santos Brasil e Tequimar por um dos terminais do porto de Itaqui. Depois de vencer na oferta inicial, a Santos Brasil foi derrotada na disputa em viva voz, na qual a Tequimar foi até R$ 59 milhões, 57% o valor de sua proposta inicial.
O terminal do Porto de Pelotas foi concedido sem disputa à CMPC Celulose Riograndense por um bônus de outorga de R$ 10 mil. O lance mínimo era de R$ 1.
Os terminais do Porto do Itaqui são destinados ao armazenamento de granéis líquidos, como petróleo e combustíveis. Suas áreas possuem oito tanques para armazenamento de derivados de petróleo, a principal carga do porto, movimentando 5,9 milhões de toneladas e com previsão de alcançar 17,9 milhões em 2060.
O complexo funciona como um hub de distribuição de combustíveis para as regiões Norte e Nordeste, atendendo Maranhão, Tocantins, Pará e Mato Grosso, além de outros estados próximos por navegação de cabotagem.
Já o terminal do Porto de Pelotas tem potencial para a movimentação de toras de madeira.
Além dos cinco terminais portuários concedidos nesta sexta, o governo Bolsonaro licitou outras 20 instalações do mesmo tipo em 2019. Segundo o Ministério de Infraestrutura, já foram contratados R$ 10 bilhões no setor, que cresceu 4,2% em 2020, apesar da pandemia.
Os leilões da InfraWeek servirão de teste com os investidores para as próximas rodadas deste ano, que contarão com até 50 projetos. Dentre eles estão as BRs 153 e 163, a Novadutra, os portos do Espírito Santo e de Santos e outros 16 aeroportos, incluindo Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).
Juntos, esses empreendimentos devem atrair mais R$ 84 bilhões e gerar 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos. Deste total, o setor ferroviário deve concentrar R$ 41,6 bilhões em investimentos, seguido pelos terminais portuários (R$ 32 bilhões).
O calendário de leilões entrou na propaganda oficial do governo como "o maior programa de concessões de infraestrutura do mundo".
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