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Governo avalia recompor integralmente salário de trabalhador com renda menor

Governo avalia recompor integralmente salário de trabalhador com renda menor

Técnicos elaboram modelo que dá compensação maior para pessoas com remuneração mais baixa que tiverem salários cortados

Publicado em 26 de março de 2020 às 16:54

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Governo prevê salário mínimo de R$ 1.039,00 em 2020
Governo prevê salário mínimo de R$ 1.039,00 em 2020. (Thinkstock)

O governo avalia recompor 100% do salário de trabalhadores com renda mais baixa que tiverem salário e jornada cortados durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Em medida elaborada no Ministério da Economia, técnicos produziram um modelo para dar compensação maior às remunerações mais baixas e garantir pagamento próximo ao integral para quem ganha até três salários mínimos (R$ 3.135).

Os novos estudos vêm após o presidente Jair Bolsonaro publicar - e revogar em seguida - uma medida que permitiria a suspensão de contratos sem garantia de nenhuma compensação por parte do empregador ou do governo.

`Inicialmente, a equipe econômica anunciou que daria autorização para empregadores reduzirem salários e jornadas de funcionários em até 50%.

Como compensação, pessoas que ganham até dois salários mínimos (R$ 2.090) receberiam uma antecipação de 25% do valor ao qual teriam direito caso fossem demitidas e solicitassem o seguro-desemprego. Agora, a compensação deve mudar, sendo feita em faixas.

O novo modelo -ainda em estudo e sem data para anúncio oficial- amplia o limite de renda dos beneficiados de dois salários mínimos (R$ 2.090) para três salários mínimos (R$ 3.135). Também está em análise estender ainda mais esse limite para que um número maior de pessoas receba o benefício.

A base do modelo considera que, pela Constituição, ninguém pode receber menos do que um salário mínimo (R$ 1.045).

Para as pessoas com essa renda, a recomposição será de 100%. Técnicos afirmam, porém, que a suplementação integral pode atingir um grupo maior.

O modelo em discussão prevê que trabalhadores com renda de três salários mínimos tenham recomposição para até 80% ou 90% da remuneração original.

Na formatação anterior, o limite da contrapartida do governo seria de R$ 381,22 ao mês. Uma pessoa que ganhasse R$ 2.090 e tivesse salário reduzido em 50% passaria a receber R$ 1426,22 após a recomposição. O resultado equivaleria a aproximadamente 68% da renda original.

Com o novo método, o valor deve aumentar. As faixas de renda ainda estão em finalização no Ministério da Economia.

Na proposta, que deve ser apresentada ainda nesta semana, ficará mantida a possibilidade de redução de 50% em salários e jornadas para setores em geral.

Setores que sofrerem impacto maior com a crise poderão ampliar esse corte. Pelo texto, empregadores afetados por medidas de restrição do governo terão direito de reduzir as jornadas e salários em até 65%.

Haverá ainda a possibilidade de suspensão de contrato, com redução de jornada a zero. Nesse caso, diferentemente da medida revogada no início da semana, haverá compensação por parte do governo.

Embora tenha anunciado inicialmente que a suspensão valerá por quatro meses, o governo deve reduzir esse prazo para dois meses.

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