As projeções do governo para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano podem ser revistas se o surto do novo coronavírus persistir, afirmou nesta quinta-feira (6) o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.
Nos últimos dias, agentes do mercado financeiro já começaram a reavaliar as perspectivas de crescimento da economia brasileira deste ano diante dos possíveis efeitos gerados pela doença nas cadeias de produção e nas trocas comerciais.
Até o momento, entretanto, a equipe econômica não fez mudanças em suas previsões. A estimativa mais recente foi divulgada no meio de janeiro, quando a projeção oficial de crescimento para este ano foi revisada de 2,32% para 2,40%.
"Com as informações que temos hoje, estamos seguros da previsão. Se passar mais um mês, dois meses e a situação continuar aí, tem que ser reavaliado", disse Sachsida à reportagem. "Hoje, agora, não tem mudança. É 2,40% e fica do jeito que está. O que acontece é que se essa situação se expandir, não só o alcance, mas a duração, aí tem que ser revisto".
As projeções econômicas elaboradas pela secretaria servem de base para as avaliações do andamento da política fiscal. Se houver uma expectativa pior para a atividade, por exemplo, a equipe econômica deve reduzir as estimativas de arrecadação de impostos.
Esses cenários são levados em conta nas avaliações bimestrais que servem de base para que o governo decida se precisa cortar ou não verbas de ministérios.
Com o surto do novo coronavírus, economistas preveem um crescimento menor neste ano para a economia chinesa, que paralisou parte de sua produção nas últimas semanas com o objetivo de conter o avanço da doença. A desaceleração no país pode gerar pressão negativa para a atividade global e afetar o Brasil.
Para este ano, a Secretaria de Política Econômica aposta na continuidade da agenda de ajuste fiscal para viabilizar a recuperação da economia.
Relatório divulgado nesta quinta-feira (6) pelo órgão do Ministério da Economia traz como meta a redução da má alocação de recursos do governo. Entre as medidas tratadas como prioritárias, estão as reformas tributária e administrativa.
De acordo com o documento, a reforma do serviço público elaborada pelo governo visa reduzir as distorções dos salários do setor público. A proposta ainda não foi apresentada.
"Ao invés de, como hoje, incentivar escolhas ineficientes de carreiras em função do pagamento de um prêmio salarial artificial, a nova estrutura de salários e carreiras do setor público tornará os incentivos mais adequados à alocação de talentos onde eles têm maior vocação", diz o relatório.
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