O governo federal economizou aproximadamente R$ 3 bilhões em 2020 com o sistema de home office para servidores públicos implementado na pandemia do novo coronavírus. A estimativa é do secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal.
No Poder Executivo, pesquisas feitas pelo governo ao longo do ano passado apontam que 50% dos servidores chegaram a ser colocados em trabalho remoto. O número não inclui as instituições federais de ensino.
A medida provocou uma redução de gastos com água, energia elétrica, copa e cozinha, passagens aéreas e diárias, telefonia e vigilância.
O número consolidado do ano ainda está em elaboração e será divulgado pelo Ministério da Economia nas próximas semanas.
A estimativa do secretário leva em conta os resultados do primeiro semestre do ano passado, que registrou uma redução de R$ 1,37 bilhão dos custos de funcionamento do Poder Executivo, exceto o Ministério da Saúde, que reforçou os trabalhos no enfrentamento da pandemia.
Naquele período, houve redução de 42% nos gastos com diárias e passagens, em comparação com o primeiro semestre de 2019. A economia foi de 41% em serviços de copa e cozinha, 17% em telefonia e 11% em água, esgoto energia elétrica e gás.
Os cálculos do Ministério da Saúde são feitos separadamente para não distorcerem os resultados. No primeiro semestre, a pasta ampliou em 76% as despesas com materiais de consumo, 41% o apoio administrativo e em 28% os serviços terceirizados.
A redução de gastos administrativos libera espaço em uma conta que vem sendo cada vez mais comprimida no Orçamento: a de despesas discricionárias, aquelas consideradas não obrigatórias, que cobrem custeio e investimentos.
Em 2020, o patamar das discricionárias ficou em R$ 108 bilhões. Neste ano, o Orçamento previa um espaço menor, que poderia colocar em risco o funcionamento da máquina pública.
No entanto, o governo recalculou despesas de ministérios e da Previdência e observou que o gasto em 2020 foi menor do que o previsto inicialmente.
Com isso, o espaço das discricionárias neste ano deve ser ampliado e ficar em patamar semelhante ao observado no ano passado. Os números finais ainda passam por revisão no Ministério da Economia.
Mesmo com a abertura da margem, o governo argumenta que o Orçamento ainda é muito limitado. Há resistência, por exemplo, em pagar novas parcelas do auxílio emergencial ou criar um novo programa social sem cortar despesas em outras áreas.
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