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Governo federal quer ir ao STF para barrar desoneração da folha

Governo federal quer ir ao STF para barrar desoneração da folha

Equipe econômica vai alegar ao Supremo que decisão do Congresso não apontou a fonte de recurso para compensar a perda financeira da União

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 13:24

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Ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia no Palácio do Planalto
Ministro da Economia, Paulo Guedes, em cerimônia no Palácio do Planalto. (Edu Andrade/ Ascom/ ME)

BRASÍLIA - O governo federal pretende ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar a desoneração da folha de pagamentos garantida a 17 setores na quarta-feira (4) após o Congresso derrubar veto de Jair Bolsonaro

O presidente não sancionou na lei que permite a redução de jornada e suspensão de contrato parte do texto que aumentava o prazo dos benefícios fiscais às corporações até 31 de dezembro de 2021.

Para a equipe econômica do ministro Paulo Guedes, a decisão dos parlamentares ferem a Constituição já que não havia no projeto de lei aprovado orientação sobre a fonte de recurso que seria usado para pagar a conta.

O grupo afirma que o texto não traz nenhuma forma de compensar a perda financeira. Por isso, a alternativa seria o governo recorrer ao Supremo.

O Senado confirmou na tarde desta quarta-feira e  Câmara na manhã do mesmo dia a derrubada do veto. A desoneração da folha de pagamento para esses setores, que empregam cerca de 6 milhões de pessoas, será, portanto, mantida até dezembro de 2021. No Espírito Santo, os setores contemplados pela medida empregam cerca de 85 mil pessoas.

O veto presidencial foi derrubado por quase unanimidade dos senadores presentes. Foram 64 votos a favor da derrubada -eram necessários 41 votos, o que representa a maioria absoluta na Casa. Apenas dois senadores votaram pela manutenção.

Situação semelhante já havia ocorrido na Câmara, onde foram 430 votos a favor da derrubada do veto e apenas 33 contra. Naquela Casa, eram necessários 257 votos para que o veto caísse.

Na saída da sessão na Câmara, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), falou que o veto foi derrubado seguindo um período de maturação e conciliação.

"De fato, o governo tinha vetado esse artigo dessa proposta, que foi inclusive inserida na tramitação da matéria na casa, e a partir daí se iniciou um debate sobre a importância dessa desoneração para esses setores fundamentais, que geram em torno de 6, 7 milhões de empregos no Brasil", disse.

"Nós estamos na pandemia, o Brasil está perdendo muitas vidas, e a gente não pode perder empregos. O emprego é fundamental para o crescimento econômico, ainda mais em um momento como esse, conturbado, que estamos vivendo."

Segundo ele, quando decidiu vetar o dispositivo que prorrogava a desoneração, a visão do governo era outra. "E agora na sessão do Congresso hoje, nós tivemos a orientação do governo para derrubada do veto do governo."

Atualmente, a medida beneficia companhias de call center, o ramo da informática, com desenvolvimento de sistemas, processamento de dados e criação de jogos eletrônicos, além de empresas de comunicação, companhias que atuam no transporte rodoviário coletivo de passageiros e empresas de construção civil.

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A derrubada do veto à desoneração da folha de pagamento foi acertada em uma reunião virtual entre os líderes do Congresso. O próprio governo admitiu na ocasião que não contava com votos suficientes para manter o veto e passou a recomendar a derrubada.

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