O governo reduziu a previsão de dívida pública do país de 93,3% do PIB (Produto Interno Bruto) para 91% do PIB em 2020. Ainda assim, o endividamento deve fechar o ano em patamar recorde, por causa do aumento de despesas para combater o coronavírus.
Esse indicador é usado por agências de classificação de risco para avaliações sobre a solvência do país. Quanto maior a dívida, maior o risco de calote.
A dívida bruta do governo geral reúne todos os débitos do governo federal, dos governos estaduais e dos governos municipais, com o setor privado, setor público financeiro e instituições internacionais.
O corte na previsão para 2020 se deve à revisão do PIB de anos anteriores, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o que acaba afetando os cálculos da dívida bruta.
A alta de 1,1% para o ano de 2018 foi revisada para 1,8%. Para 2019, a revisão foi de 1,1% para 1,4%. Para os dois primeiros trimestres de 2020, os novos números são -1,5% e -9,6%. A divulgação anterior apontou -2,2% e -9,7%.
Os indicadores de endividamento, então, recuaram de maneira geral após o novos dados do IBGE,.
Com isso, a dívida bruta de 2019 caiu de 75,8% do PIB, dado divulgado anteriormente, para 74,3% do PIB.
Portanto, a previsão oficial do Ministério da Economia, agora, é que a dívida pública suba de 74,3% do PIB para 91% do PIB em 2020, principalmente por causa dos gastos para combater a Covid-19 e amenizar a crise econômica na pandemia.
Diante do novo cenário, a equipe econômica diz que fica afastada a projeção de alguns analistas de que a dívida chegaria a 100% do PIB em 2020.
"Um valor [91% do PIB], claro, que requer atenção e estamos fazendo isso diretamente. Isso mostra exatamente a outra face às mazelas da Covid-19, mas é um número muito abaixo de 100% [do PIB]", disse o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues nesta terça-feira (22).
O Ministério da Economia elevou para R$ 620 bilhões a conta das medidas adotadas na pandemia com impacto no resultado primário (diferença entre receitas e despesas sem considerar os gastos com juros da dívida).
Desse total, o governo estima que R$ 31,6 bilhões só serão desembolsados no próximo ano. É o caso de R$ 20 bilhões liberados para compra de vacinas contra a Covid-19.
Dos R$ 620 bilhões do pacote de medidas adotadas na pandemia, a maior despesa foi o auxílio emergencial, que deve custar R$ 321,8 bilhões aos cofres públicos.
Rodrigues informou que, com o adiamento de alguns gastos, a previsão de déficit primário do governo central (Previdência, Tesouro e Banco Central) em 2020 passou a ser de R$ 831,8 bilhões. A estimativa anterior era de R$ 844,6 bilhões.
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