O Ministério da Economia vai revisar a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2020 de um crescimento de 0,02% para queda entre 4% e 5%, informaram à reportagem membros da pasta.
A estimativa oficial será apresentada pela Secretaria de Política Econômica na manhã desta quarta-feira (13).
Ao refazer as contas para estimar o desempenho da atividade, o ministério vai tentar se alinhar às estimativas de mercado.
O boletim Focus, divulgado na segunda-feira (11) pelo Banco Central, mostra que as instituições financeiras já esperam uma retração de 4,11% na economia brasileira neste ano.
A nova projeção do governo ainda pode ser otimista, a depender da base de comparação. Avaliação do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgada em abril aponta que o recuo do PIB brasileiro pode chegar a 5,3% em 2020.
No fim de março, o governo já havia cortado as estimativas oficiais para o PIB de uma alta de 2,1% para crescimento próximo de zero.
A deterioração da economia é observada em velocidade acelerada. A crise se intensificou a partir do meio de março, quando cidades e estados passaram a aplicar medidas restritivas de circulação e fechamento do comércio.
Desde então, setores da economia passaram a registrar perdas e buscar ajuda do governo. As demissões registraram alta e o número de trabalhadores com contratos suspensos ou reduzidos ultrapassa 7 milhões.
A nova revisão vai afetar as contas do governo. Com a perspectiva de que a economia vai desabar neste ano, as estimativas de arrecadação tributária devem sofrer forte queda, criando um descompasso ainda maior no Orçamento.
Cálculos preliminares dos técnicos da área econômica feitos antes da revisão do PIB já apontavam que a projeção de déficit primário do governo federal em 2020 iria superar R$ 600 bilhões.
A ampliação do descasamento entre as receitas e os gastos do governo, desta vez, não vai forçar o Executivo a cortar verbas de ministérios. Isso porque o governo pediu ao Congresso o reconhecimento de estado de calamidade pública no país.
A medida, com validade até 31 de dezembro deste ano, foi adotada em razão da necessidade de elevar gastos públicos. Com ela, o governo não será mais obrigado a cumprir a meta fiscal e, portanto, não precisa contingenciar recursos (o aval é dado pela Lei de Responsabilidade Fiscal).
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