O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um alerta preocupante nesta terça-feira (10). Em um evento da Corregedoria Geral da União (CGU), ele afirmou que o Brasil pode voltar a ter "uma hiperinflação muito rápido se não rolar a dívida satisfatoriamente". No mercado, houve reação à declaração com a subida do dólar.
Sem conseguir levar desinvestimentos nem a venda de imóveis públicos para frente, Guedes ressaltou que o país carrega empresas e bens ineficientes, enquanto tem uma dívida que cresce como "bola de neve". "Se tivéssemos matado a dívida, estaríamos com recursos alocados para fazer transferência de renda", completou.
A hiperinflação no Brasil durou entre a década de 1980 e 1990, com seu ápice em março de 1990, quando o índice de inflação atingiu 80%. Após sete planos econômicos, a hiperinflação chegou ao fim em 1994 com a criação do Plano Real. Uma hiperinflação é uma inflação que atinge níveis superiores a 50% ao mês.
No evento, Guedes se disse frustrado por não ter conseguido ainda privatizar nenhuma empresa estatal, como prometido na campanha do presidente Jair Bolsonaro, e defendeu desinvestimentos para reduzir o endividamento público. Ele prometeu quatro grandes privatizações até o fim de 2021, incluindo Correios e Eletrobras.
"Estou bastante frustrado com o fato de estarmos aqui há dois anos e não termos conseguido ainda vender nenhuma estatal. Por isso, um secretário nosso foi embora Salim Mattar, que deixou o ministério em agosto. Entrou outro Diogo Mac Cord que só tem que fazer um gol pra ganhar; o outro fez zero", afirmou.
O ministro disse que acordos políticos na Câmara dos Deputados e no Senado impediram as privatizações. "Precisamos recompor nosso eixo político para fazermos as privatizações prometidas na campanha", completou.
No evento, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, ressaltou que é preciso bons projetos e editais, elaborados com transparência e que garantam segurança jurídica. "Só conseguimos vender o que o mercado quer comprar. O mercado participará se perceber que há transparência na elaboração de projetos", completou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta