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Guedes alerta que Brasil pode virar Venezuela com erros na economia

Guedes alerta que Brasil pode virar Venezuela com erros na economia

Ministro da Economia disse que só deixa cargo se alguém mostrar que ele está fazendo algo muito ruim na condução econômica do país

Publicado em 2 de março de 2021 às 12:05- Atualizado há 4 anos

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante pronunciamento sobre preço dos combustíveis e a política de reajustes adotada pela Petrobras
O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante pronunciamento sobre preço dos combustíveis e a política de reajustes adotada pela Petrobras. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Depois de o presidente Jair Bolsonaro determinar a troca do presidente da Petrobras, o que abriu questionamentos sobre a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo, o ministro disse que só vai embora "se alguém me mostrar que estou fazendo algo muito errado".

"Tenho noção de compromisso enquanto puder ser útil e gozar da confiança do presidente. Se o presidente não confiar em meu trabalho, sou demissível em 30 segundos. Se eu estiver conseguindo ajudar o Brasil, fazendo as coisas que acredito, devo continuar. Ofensa não me tira daqui, nem o medo, o combate, o vento, a chuva", afirmou.

Guedes gravou na última sexta-feira (26) podcast com o youtuber Thiago Nigro, do canal Primo Rico, que foi ao ar no início da manhã desta terça-feira, dia 2. Ele disse ter uma missão e se sentir responsável por esse desafio. "Consigo ter uma comunicação boa com o presidente de um lado e com a centro-direita de outro. O que me tira daqui é a perda da confiança do presidente e ir pro caminho errado. Se tiver que empurrar o Brasil para o caminho errado, prefiro sair. Isso não aconteceu, tenho recebido apoio do presidente e do Congresso para ir na direção certa", afirmou.

O ministro aproveitou o programa para fazer um longo desabafo sobre seus problemas no governo. "Piratas privados estão colocando boato no jornal todo dia, dizendo que o ministro vai cair, ministro brigou com presidente, presidente brigou com o ministro. Tem políticos que querem contribuir com o futuro do Brasil, mas tem um pedaço que é o pântano", afirmou.

Guedes contemporizou a situação dizendo que os políticos podem "brigar entre si", mas que ele não pode brigar com ninguém. "A maioria esmagadora do Congresso é reformista, mas tem meia dúzia porcento que está com maus desígnios", completou. "Há pedra no caminho de vez em quando, mas cai, levanta de novo. O saldo é vastamente positivo, estamos conseguindo andar".

Em uma versão "paz e amor", Guedes disse que está se tornando "um ser humano melhor", e que não pode "pensar só nos números". "A confusão está tão grande que estou sendo obrigado a ficar mais sereno. Só vou conseguir entregar o produto se ficar calmo. Está todo mundo nervoso demais, eu que sou nervoso, tenho que ficar calmo", completou.

O ministro falou ainda de "narrativas idiotas" que o colocam como uma pessoa que quer reduzir gastos com saúde e educação. O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial originalmente acabava com pisos de gastos para as duas áreas. "Quem é o idiota que seria contra a saúde? Como posso ser contra educação se sou produto da educação? São narrativas idiotas, despreparadas, odientas".

Guedes afirmou estar "perdendo bastante dinheiro" estando no governo e disse ter entrado no governo "meio inadvertidamente". "O presidente tem ótimas intenções, responsabilidade e compromisso com o País. Parti da ideia de que vindo para cá teria apoio do presidente para fazer mudanças. O presidente também quer mudanças, isso nos aproximou", completou.

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O chefe da Economia de Bolsonaro disse ainda que nunca pensou que seria o ministro que mais aumentaria gastos públicos no Brasil. "O destino me tornou pessoa que gastou muito, mas gastei com consciência tranquila porque sei que era compromisso com a saúde dos brasileiros e com a recuperação econômica", afirmou.

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