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Guedes diz que "chinês inventou o vírus" e tem vacina menos eficiente que EUA

Guedes diz que "chinês inventou o vírus" e tem vacina menos eficiente que EUA

O Ministro da Economia deu declaração durante reunião do Conselho de Saúde Complementar, onde citou transferência de recurso para que população busque atendimento

Publicado em 27 de abril de 2021 às 17:16

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em reunião do Conselho de Saúde Suplementar nesta terça (27) e sem saber que estava sendo gravado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que "o chinês inventou o vírus" da Covid, mas tem uma vacina menos eficiente do que a desenvolvida por empresas americanas. A declaração ocorreu no dia em que o Senado instala uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a ação do governo federal na pandemia.

Participam do encontro no Palácio do Planalto os ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) e Marcelo Queiroga (Saúde).

A frase sobre as vacinas da China e do EUA foi dita num contexto em que ele defendia a maior eficiência de empresas privadas em comparação com o setor público.

Os testes clínicos realizados até o momento verificaram uma maior eficácia de imunizantes desenvolvidos por farmacêuticas como Pfizer e Moderna, dos EUA, mas especialistas afirmam que as testagens ocorrem em circunstâncias diferentes e que os dados não podem ser comparados.

Em abril, o governo chinês admitiu que considerava alternativas para elevar a eficácia de suas vacinas contra a Covid-19.

Guedes aparentava desconhecer que a reunião estava sendo transmitida pelas redes sociais do Ministério da Saúde. Ao ser informado que a reunião estava sendo gravada, o ministro pediu que ela não fosse veiculada. "Só não manda para o ar por favor", disse.

A acusação de que a China teria inventado a Covid é duramente rebatida por Pequim. Afirmação semelhante já foi feita pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, e a tese esteve no centro da maior crise diplomática entre a China e o governo Jair Bolsonaro.

No ano passado, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse no Twitter que o governo chinês estava propositalmente escondendo a gravidade do vírus.

A embaixada da China no Brasil reagiu, e o episódio foi determinante para azedar a relação entre a missão diplomática e o Itamaraty então comandada por Ernesto Araújo.

A principal vacina em uso hoje no Brasil é a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O imunizante, que foi o primeiro contra a Covid-19 a ser aplicado no país e ainda é usado de forma majoritária, é trunfo político do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e foi alvo de ataques de Bolsonaro. O presidente chegou a determinar que a Coronavac não fosse comprada, mas depois voltou atrás após reação de governadores.

Na reunião, Guedes também voltou a defender a ideia de dar um voucher para que os mais pobres possam acessar serviços de saúde. "Vai no [hospital Albert] Einsten se você quiser", disse Guedes, referindo-se ao hospital de elite em São Paulo. "Vai onde você quiser".

Falando sobre o futuro do setor de saúde e o aumento da expectativa de vida da população, Guedes declarou ainda que a rede pública não vai conseguir acompanhar a demanda da população. "Não há capacidade instalada no setor público para isso", disse o ministro.

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