Depois de receber crítica pública do presidente Jair Bolsonaro, o ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta sexta-feira (28) que as declarações do chefe do Executivo foram um "carrinho", uma "entrada perigosa" que poderia ser pênalti.
Em evento na quarta-feira (28), o presidente afirmou que suspendeu o anúncio da ampliação do Bolsa Família, que será rebatizado de Renda Brasil.
"A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar para paupérrimos", disse Bolsonaro.
Nesta sexta-feira, em videoconferência promovida pelo Instituto Aço Brasil, Guedes disse que iria com Bolsonaro ao evento em Ipatinga (MG), onde acabou sendo criticado, mas ficou em Brasília formulando propostas para a retomada da economia.
"O presidente foi lançar com você [em Ipatinga] e eu fiquei aqui limpando papel e ainda tomei um vazamento. Ainda tomei. Falei 'pô, presidente. Carrinho, entrada perigosa, ainda bem que foi fora da área, senão era pênalti'", disse.
A principal reclamação de Bolsonaro diz respeito à proposta de extinguir o programa abono salarial para ajudar a bancar o Renda Brasil. Diante do veto do presidente, a equipe econômica busca alternativas.
Reunião nesta sexta entre Bolsonaro e ministros envolvidos na formulação do novo programa social terminou sem uma decisão. Segundo Guedes, o governo trabalha com duas opções.
Na primeira, o auxílio emergencial a informais seria prorrogado até dezembro, em valor mais baixo do que os atuais R$ 600. Isso daria fôlego para a área econômica continuar calibrando e buscando soluções para o Renda Brasil, que começaria a rodar em 2021.
A segunda opção seria lançar o Renda Brasil já neste ano. O ministro não detalhou como isso seria feito.
"Estamos fazendo um estudo do consumo privado de baixa renda, que é decidir se aterrizamos no auxílio emergencial em valor um pouco mais baixo e vamos até o fim do ano, ou se já aterrizamos no Renda Brasil, que é uma construção mais robusta que exige ainda alguns ajustes, porque nós temos que fazer tudo dentro do teto [de gastos], com responsabilidade fiscal e transparência", afirmou.
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