O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse neste sábado (19) que, apesar de às vezes ficar insatisfeito com o ritmo dos projetos do governo no Congresso, o ministro Paulo Guedes (Economia) pretende sair apenas quando o mandato do presidente se encerrar.
"Não demonstrou para mim [intenção de sair do governo]. Lógico que a gente vê que, de vez em quando, ele fica irritado porque certas medidas dependem de votações. Eu sei como funciona o parlamento. Ele [Guedes] está aprendendo ainda. Então ele quer resolver e fica chateado. Agora, no tocante a sair [do cargo], ele falou que vai sair comigo quando acabar meu mandato", afirmou o presidente.
Bolsonaro concedeu entrevista ao próprio filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Guedes cancelou o período de férias que iria tirar a partir deste fim de semana até 8 de janeiro, de acordo com publicação neste sábado em edição extra do Diário Oficial da União.
Segundo o Ministério da Economia, não há motivo específico para a interrupção das férias e que ministro decidiu seguir trabalhando pois continuará em Brasília na semana que vem.
O ministro tem dito a interlocutores que decidiu encurtar o período de recesso e que um dos motivos é a aceleração do número de casos de Covid-19.
Guedes contradisse nesta sexta-feira (18) o chefe, Jair Bolsonaro. Na quinta (17), o presidente havia dito que não há uma 13ª parcela do Bolsa Família por causa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Guedes, no entanto, admitiu que o governo é contra o benefício extra para as famílias carentes.
Antes do posicionamento do ministro, a crítica do presidente já elevara a tensão em Brasília. Maia, em resposta, chamou Bolsonaro de mentiroso.
O ministro tratou do assunto com jornalistas durante balanço de fim ano na economia. Segundo ele, se o governo conceder a 13ª parcela novamente, como fez em 2019, irá cometer crime de responsabilidade. Isso poderia ser um argumento jurídico para um eventual pedido de impeachment.
Nos últimos meses, Guedes tem demonstrado insatisfação com o andamento de pautas econômicas no Congresso. Segundo ele, medidas anunciadas como as privatizações não foram concluídas devido a negociações no mundo político. Por isso, nesta sexta, ele afirmou que, de agora em diante, não vai prometer mais nada.
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