O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta quarta-feira (15) que as críticas à gestão ambiental do governo são exageradas e influenciadas por interesses de outros países que querem competir com o Brasil no comércio global, principalmente no agronegócio.
"Estamos sendo vítima também de política. É a politização de tudo. Então há fundamentos numa certa crítica, mas há visivelmente um exagero enorme e também interesses protecionistas", declarou o ministro em entrevista à rádio Jovem Pan.
O Brasil vem sendo pressionado interna e externamente a adotar medidas de combate ao desmatamento e melhorias na gestão ambiental.
"Não podemos ser ingênuos. Nós temos interesse em preservar nossas riquezas e nós temos muitos recursos naturais e temos que usar nossa riqueza de uma forma mais inteligente do que ficar sendo apedrejados mesmo conservando mais do que outros países. Nós temos a matriz energética mais limpa do mundo. Então não há sentido o grau de apedrejamento que nós recebemos hoje", disse Guedes.
Segundo ele, o Brasil tem a agricultura mais sustentável do planeta e é credor em crédito de carbono. Ele sugeriu ainda transformar a região de floresta num centro mundial de pesquisa sobre economia sustentável.
Apesar de reconhecer como natural a preocupação mundial com o meio ambiente, o ministro afirmou que o país irá preservar os recursos naturais por interesse próprio.
Guedes citou que questões ambientais são relevantes para países mais desenvolvidos, principalmente europeus, mas não são relevantes para a China, principal parceiro comercial do Brasil. Ele disse ainda que a China não é cobrada por ações de preservação de recursos naturais.
Durante a entrevista, o ministro fez uma avaliação do desempenho da economia, ressaltando que projeções de queda do PIB estão sendo revisadas e se aproximando da divulgada pelo governo (queda de 4,7%).
Guedes lembrou que, por causa da pandemia, os gastos públicos foram elevados. Para cobrir essas despesas, ele informou que planeja transferir cerca de R$ 500 bilhões do lucro do Banco Central (com o efeito da alta do câmbio nas reservas internacionais) para o Tesouro, o que poderia ser usado na gestão da dívida pública.
"Isso ameniza a necessidade da rolagem de endividamento", disse o ministro.
Ele também apresentou as linhas gerais da reformulação do Bolsa Família, que deve passar a se chamar Renda Brasil.
A ideia é fundir outros gastos sociais, como o abono salarial, num programa mais amplo. O benefício médio deverá subir de R$ 190 por mês (valor médio do Bolsa Família) para R$ 250 ou R$ 300 mensais.
O plano é que o Renda Brasil auxilie os beneficiários a ingressarem no mercado de trabalho. Numa conexão com um programa trabalhista, o ministro disse que quer desonerar as contratações de até um salário mínimo (R$ 1.045).
A reformulação do Bolsa Família ainda precisa ser apresentada ao Congresso.
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