Após abrir em alta, buscando a marca dos 123 mil pontos, o Ibovespa perdeu força na etapa vespertina dos negócios, muito embora com as ações de primeira linha mostrando boa performance em uma semana forte de apresentação de resultados corporativos. Passado o impulso que veio pela alta das cotações do minério de ferro na etapa matutina, a fraqueza dos índices pares em Nova York acabou por determinar o desempenho em torno da estabilidade do principal índice do mercado acionário local.
Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos diz que a Bolsa brasileira está à mercê dos movimentos externos. Mas de uma maneira piorada: "Quando lá fora NY sobe, aqui o Ibovespa sobe um pouco menos. E, quando lá fora cai, aqui no Brasil cai um pouco mais."
Sem um gatilho positivo no contexto doméstico, o Ibovespa não consegue se sustentar por dias consecutivos na marca dos 122 mil pontos.
Na sexta-feira retomou o nível que não era visto desde janeiro, mas na sessão de hoje oscilou novamente para um degrau abaixo. No fim das negociações, chegou a 121.909,03 pontos, em baixa de 0,11%. O giro financeiro foi de R$ 35,8 bilhões.
Segundo Morelli, são muitos os elementos que trazem cautela aos investidores, a começar por questões já conhecidas como economia fraca, os problemas fiscais do País - um quadro que chamou de completamente aberto -, e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
"Isso tudo em um ambiente de antecipação das eleições presidenciais, que aumenta em muito o volume de ruídos", afirmou o estrategista, ressaltando os riscos de as reformas estruturais serem prejudicadas nesse cenário.
Analistas da Levante Investimentos acreditam que, muito embora a reforma administrativa possa estar mais desidratada, ela está andando. Nesta semana entra na reta final de tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, com o fim do calendário de audiências públicas e a promessa do relator, deputado Darci de Matos (PSD-PR), de que o parecer da reforma será apresentado.
De acordo com o cronograma estimado pelos líderes, a reforma administrativa deve ser aprovada na CCJ e seguir para uma comissão especial já no mês de maio.
A equipe econômica conta com a apresentação do relatório já nesta semana, o que deve ocorrer e pode renovar os ânimos do mercado em relação ao tema.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta