O Ibovespa retomou trajetória positiva no período da tarde, amparado no desempenho das ações de Petrobras (ON +1,56%, PN +1,38%) e da maioria dos bancos (Itaú PN +1,11%, Bradesco ON +0,65%), segmento de maior peso no índice. Mas, ao final do pregão desta quarta-feira, virou e fechou em leve baixa de 0,12%, aos 122.056,34 pontos, entre mínima de 120.826,92 e máxima de 122.755,97 pontos na sessão, vindo de abertura a 122 202,63 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 32,3 bilhões.
Na semana, o Ibovespa cede 0,61%, mas ainda avança 0,21% no mês e 2,55% no ano. A expectativa pela votação da reforma do IR na Câmara suscitou cautela entre os investidores, em dia positivo no exterior.
"As vendas do varejo tiveram queda de quase 1,7% em junho no Brasil, enquanto, nos Estados Unidos, os dados de inflação ficaram um pouco abaixo da expectativa em julho, o que contribuiu para melhora dos DIs pela manhã. Na política, a derrota do presidente Bolsonaro no plenário da Câmara encerra a questão do voto impresso, abrindo espaço para outras pautas. Nos resultados corporativos, destaque para Marfrig (+0,66%), em desempenho muito forte no segundo trimestre, com lucro líquido a R$ 1,7 bilhão, recorde histórico da empresa", diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, chamando atenção também para a distribuição de R$ 958 milhões em dividendos, anunciada pelo frigorífico.
"Mais uma vez os bancos foram destaque de alta, com os investidores ainda repercutindo os bons resultados do trimestre passado e na expectativa pela sequência destes bons números, com o aumento de juros e a recuperação, ainda que embrionária, da economia - o que torna o preço atual atrativo em termos de múltiplos", diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. Segundo ele, a faixa dos 121 mil pontos, preservada na sessão, é a principal referência do mercado no momento, e "somente a confirmação da perda deste patamar em fechamento semanal será suficiente para que a tendência de alta de curto prazo, de fato, perca força".
No pior momento desta quarta-feira, pela manhã, o Ibovespa foi aos 120.826,92 pontos, ainda acima da mínima do último dia 3 (120.807,02), quando atingiu o menor nível intradia desde 14 de maio (120.719,17 pontos).
"Tem um movimento de recuperação no Ibovespa, a gente sabe que o mercado acionário foi bem penalizado nas últimas semanas por conta da percepção sobre o risco fiscal, inclusive com fluxo mais comedido dos investidores estrangeiros, que têm importância relevante no mercado acionário, de quase 50% de participação", observa Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, acrescentando que o risco político, pelo efeito potencial sobre as contas públicas e as reformas, também tem contribuído para o retraimento do estrangeiro na B3.
Em Nova York, seguindo o padrão das duas sessões anteriores, o desempenho foi misto, com o Nasdaq em baixa de 0,16% no fechamento, enquanto Dow Jones e S&P 500 mostravam ganhos de 0,62% e 0,25%, respectivamente, renovando máximas históricas pelo segundo dia, em meio ao entusiasmo pela aprovação do pacote trilionário de investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos, na terça. O petróleo também seguiu em recuperação nesta quarta-feira, com o Brent negociado acima de US$ 71 por barril. A performance da Petrobras na sessão foi favorecida também pelo aumento de 3,5% nos preços da gasolina nas refinarias, anunciado nesta quarta pela empresa.
Assim, Petrobras ON chegou a ficar, durante a sessão, entre os componentes de melhor desempenho no Ibovespa, ao final liderado por Minerva (+14,65%) - que saltou no fim da sessão, com relato de que controladores iniciaram conversas para fechar o capital da empresa -, Hering (+3,53%), Magazine Luiza (+2,50%) e Copel (+1,98%). No lado oposto, Qualicorp fechou em baixa de 15,57% após fraco desempenho da empresa no segundo trimestre, com pressão sobre a margem e índice de cancelamentos ainda alto. Na ponta negativa do Ibovespa, destaque também para Yduqs (-4,89%) e Raia Drogasil (-3,98%), outra empresa a ter divulgado resultados trimestrais.
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