Com a paralisação quase total da indústria automobilística e cortes na produção de artigos considerados supérfluos, a indústria brasileira recuou 12,3% no segundo trimestre. Foi o maior recuo entre os setores pesquisados para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB).
A queda foi disseminada em todos os subsetores divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no formato atual, em 1996. No primeiro trimestre, a indústria já havia recuado 1,4%, sob os primeiros efeitos da pandemia em suas atividades.
A indústria da transformação (-17,5%) teve o maior recuo, com forte impacto da produção de automóveis, e da indústria têxtil, por exemplo. São segmentos com maior dependência do consumo das famílias, que caiu 12,5% no trimestre.
No início da pandemia, com estoques em alta e concessionárias fechadas, as montadoras chegaram a fechar 64 das 65 fábricas do país. As operações vêm sendo retomadas, mas em ritmo menor e muitas demissões.
As pesquisas mensais do IBGE mostram que o desempenho do setor é desigual, com produção elevada em atividades ligadas ao consumo essencial, como alimentos e remédios, e pouca produção de produtos considerados supérfluos ou que tenham maior dependência do comércio de rua.
A indústria da construção fechou o trimestre em queda de 5,7%. A produção de energia, água e esgoto caiu 5,5%, com a redução da demanda por eletricidade nos primeiros meses de pandemia. Já a indústria extrativa teve queda de 1,1%.
Nos dois últimos casos, os dados posteriores ao fim do segundo trimestre já mostram recuperação a níveis anteriores à pandemia. No caso da eletricidade, a expectativa é que o consumo de agosto seja maior do que a do mesmo mês do ano anterior.
No petróleo, a Petrobras exportou em agosto um volume de petróleo muito próximo ao recorde estabelecido em dezembro de 2019. A estatal chegou a reduzir sua produção no início da pandemia, mas reverteu a decisão ao perceber grande procura pelo óleo brasileiro, que tem baixo teor de enxofre e produz combustíveis menos poluentes.
De acordo com o IBGE, a agropecuária manteve-se em alta, como no primeiro trimestre, quando cresceu 0,6%, e fechou o segundo trimestre em alta de 0,4%.
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