A inflação na Grande Vitória foi na contramão do dado nacional. Enquanto no Brasil os preços caíram 0,36%, na Região Metropolitana capixaba, os produtos ficaram mais caros 0,46%. As informações são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a instituição, os custos aumentaram em sete de nove grupos de produtos e serviços estudados. A maior alta foi na habitação (2,94%), seguido por vestuário (1,61%), saúde e cuidados pessoais (1,26%), artigos de residência (0,96%), alimentação e bebidas (0,7%), educação (0,49) e despesas pessoais (0,35%). Tiveram baixa os segmentos de transportes (-1,53%) e o de comunicação (-1,23%).
Com o impacto da redução dos preços concentrado em combustíveis, o IPCA registrou deflação (queda) de 0,36% em agosto no país.
É o segundo recuo consecutivo do índice oficial de inflação do país. A baixa, porém, havia sido mais intensa em julho, de 0,68%. Analistas projetavam uma queda de 0,40% em agosto, conforme a agência Bloomberg.
Com nova a trégua, o IPCA voltou a um dígito no acumulado de 12 meses. A alta atingiu 8,73% até agosto, após 10,07% até julho. O acumulado estava acima de 10% desde setembro de 2021, 11 meses de divulgação, ou quase um ano.
Uma sequência tão longa não ocorria desde o intervalo de 2002 a 2003. À época, o índice permaneceu acima de 10% por 13 meses consecutivos, de novembro de 2002 a novembro de 2003.
Mesmo com a perda de força, o IPCA caminha para estourar a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) pelo segundo ano consecutivo. Em 2022, o centro da medida de referência é de 3,50%, com teto de 5%.
A carestia às vésperas das eleições pressiona o governo Jair Bolsonaro (PL), que teme os efeitos da perda do poder de compra dos brasileiros. Para tentar reduzir os danos, o governo aposta em um pacote que incluiu o corte de tributos.
Bolsonaro sancionou em 23 de junho a lei que definiu o teto para a cobrança de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis, energia, transporte e telecomunicações.
Um dos reflexos foi a queda dos preços da gasolina, o subitem com maior peso na composição do IPCA. A Petrobras também passou a cortar preços de combustíveis nas refinarias com o alívio das cotações do petróleo no mercado internacional.
Assim como já havia acontecido em julho, o resultado do IPCA de agosto foi influenciado principalmente pela queda no grupo de transportes. Os preços desse segmento caíram 3,37% e contribuíram com -0,72 ponto percentual no índice do mês.
A queda de transportes foi influenciada principalmente pela retração nos combustíveis (-10,82%). Em agosto, os quatro pesquisados tiveram deflação: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). A gasolina teve redução de R$ 0,18 por litro nas refinarias no mês passado, lembrou o IBGE.
O grupo comunicação (-1,10%) também recuou, com impacto de -0,06 ponto percentual. Os outros sete segmentos pesquisados subiram em agosto.
O destaque veio de saúde e cuidados pessoais (1,31%), que contribuiu com 0,17 ponto percentual. A maior variação positiva foi de vestuário: 1,69%. O grupo de alimentação e bebidas desacelerou, mas continuou em alta. O avanço foi de 0,24%, após 1,30% em julho.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta