A greve dos rodoviários vivida pelos capixabas na segunda-feira (12), em protesto contra a circulação de novos ônibus com bilhetagem eletrônica e sem cobrador, reforça uma realidade que já algum tempo estamos vivendo no mercado: o avanço da tecnologia está transformando os negócios e a forma de se pensar o trabalho.
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Essas mudanças, contudo, vêm passando por ciclos desde o século XVIII, gerando diferentes impactos na sociedade. Na segunda revolução industrial, por exemplo, a utilização da eletricidade revolucionou o dia a dia das pessoas e deu origem a produtos, como o telefone, e também a novos negócios, como a indústria do entretenimento.
Por sua vez, a atual revolução tecnológica, ou 4ª Revolução Industrial, como é chamada por economistas, tem impacto direto nos modelos tradicionais de emprego, com a disseminação da inteligência artificial e robôs. Se a gente for analisar, não é a máquina que está tirando o trabalho da gente, mas nós que estamos fazendo trabalhos de robôs, repetitivos, operacionais, pontua Kátia Vasconcelos, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES).
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O avanço tecnológico é iminente e necessário, como defende o especialista em tecnologia César Taurion. De acordo com ele, o uso das novas tecnologias, como inteligência artificial, oferece serviços com mais precisão e velocidade, atendendo necessidades do próprio ser humano.
Essas transformações trazem mais qualidade de vida para as pessoas, que antes dependiam do serviço humano para realizar inúmeras atividades. Com os avanços tecnológicos, estes mesmos serviços passam a ser feitos com mais rapidez e precisão, aumentando a produtividade, destaca.
MAIS CRIATIVIDADE
Apesar de assustador para muitas pessoas, as inovações tecnológicas vão criar novas funções de trabalho. Kátia Vasconcelos garante que a tecnologia não visa substituir o ser humano, mas o trabalho repetitivo e braçal que ele realiza.
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Ao mesmo tempo que algumas profissões vão ser extintas, outras estão sendo criadas, dando papéis importantes ao ser humano que vão além do trabalho braçal. Muitas pessoas têm potenciais enormes que não foram explorados porque nunca tiveram que desempenhar outra função, ressalta.
Não é difícil pensar como novas profissões foram surgindo diante das transformações do mercado. O crescimento de bancos digitais, por exemplo, eliminaram a necessidade de um espaço físico e, consequentemente, funções específicas nestes locais, mas criaram novos modelos de negócio e de trabalho, demandando profissionais mais conectados, criativos.
CAPACITAÇÃO
Mas como se adaptar a este processo de transformação? A gerente de inovação do Senai, Naiara Galliani, destaca que o processo de transição pode trazer um pouco de medo, mas é essencial que os profissionais saiam da zona de conforto e busquem capacitação para acompanhar o mercado.
É hora de desenvolver novas habilidades, porque é esse tipo de profissional versátil e, acima de tudo, ligado à tecnologia, que o mercado exige. O conhecimento não vai ser abandonado, mas precisa estar atrelado aos novos modelos de negócios, diz.
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