A intenção de compra dos brasileiros para o Dia das Crianças em 2019 aumentou, em média, 20% em relação a 2017, quando foi realizada a última Sondagem do Consumidor - Quesito Dia das Crianças, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV). De acordo com a economista do Ibre Viviane Seda Bittencourt, apesar do aumento, a intenção de compra para a data ainda está abaixo da média histórica. Essa característica se mantém nos últimos quatro levantamentos.
A pesquisa mostra que o ímpeto de gastos com presentes para as crianças subiu 13,3 pontos percentuais, passando de 64,3 pontos percentuais, em 2017, para 77,6 pontos percentuais, em 2019, enquanto o nível histórico é da ordem de 84,1 pontos percentuais. Há uma melhora da intenção de compra dos consumidores, provocada também pela liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e dos programas de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), a partir de setembro. Parte desses consumidores está usando isso para quitar suas dívidas, mas também abre espaço no orçamento doméstico para outras compras. Ele está usando realmente para comprar não só bens, mas serviços. Isso contribui para o Dia das Crianças, com certeza, analisou Viviane.
A pesquisa mostra que todas as faixas de renda aumentaram a intenção de compra para a data comemorativa das crianças. Não só no indicador de compra, mas também com relação à faixa média de preço dos presentes, informa Viviane. Segundo ela, a classe de renda mais alta (acima de R$ 9.600 por mês) presenteia com os itens mais caros. Mas o aumento do preço médio não ocorreu na faixa de renda mais alta. O maior aumento foi entre as famílias de menor poder aquisitivo, com renda mensal até R$ 2.100, em que o indicador subiu 21,9 pontos, atingindo 69,4 pontos, o maior desde 2014.
O preço médio dos presentes para o Dia das Crianças, este ano, ficou em R$ 88,90, alta de 16,1% em relação a 2017. As famílias com maior renda puxaram o preço para cima e planejam gastar, em média, R$ 136,30 com os presentes para as crianças, contra R$ 56,80 das pessoas de renda mais baixa. Na faixa de renda 3, entre R$ 4.800 e R$ 9.600, o aumento do preço médio atingiu 25,5%.
Brinquedos permanecem liderando a preferência do consumidor, com 50,8% das intenções de compra, seguidos de vestuário (21,1%) e livros (4,9%). Viviane observou que na comparação com 2017, há uma redução de 9,2 pontos percentuais na intenção de compra de brinquedos. Naquele ano, os brinquedos eram os preferidos por 60% dos consumidores. No item vestuário, foi observada queda de 3,7 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior, enquanto livros teve a preferência reduzida de 5,4% para 4,9%. Em contrapartida, os produtos eletrônicos subiram, em dois anos, de 1,8% na preferência dos consumidores, para 3,7%.
A pesquisa do Ibre-FGV ouviu 1.733 brasileiros entre os dias 2 e 20 de setembro.
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