> >
Internet 5g dá largada à 4ª revolução industrial

Internet 5g dá largada à 4ª revolução industrial

Dispositivo móvel poderá controlar máquinas com nova conexão

Publicado em 1 de julho de 2019 às 00:01

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Tecnologia aumentará conexão nos celulares, além de mudar relação com máquinas. (Divulgação)

A próxima geração da telefonia móvel, chamada de 5G, promete uma conexão superveloz à web e vai além. Dará largada a uma transformação na forma das pessoas se comunicarem e também se relacionarem com as máquinas. A conexão não será somente rápida. O diferencial é ter baixa latência, permitindo uma transferência quase instantânea dos dados.

No mundo dos negócios, há quem fale que a tecnologia vai abrir as portas para a quarta revolução industrial. Fábricas, siderúrgicas, usinas poderão mudar suas máquinas estáticas por equipamentos conectados e comandados por dispositivos móveis. O mesmo vai ocorrer com a medicina, com o ensino e com todos os setores econômicos.

A nova era se iniciará, no ano que vem, no Brasil, com a chegada do serviço que tornará real a tão falada e esperada internet das coisas. Objetos, eletrodomésticos e cidades inteiras poderão trocar informações de todos os tipos sem sobrecarga no sistema.

E diferentemente dos outros mecanismos de telecomunicações, o 5G começará a ser usado aqui quase ao mesmo tempo que em outras nações. Sem o “delay” (demora) a qual o país está tão acostumado, uma fatia dos brasileiros vai descobrir praticamente junto com o resto do mundo as possibilidades.

Lógico que nesse início o público que terá acesso será bem restrito. O motivo será a falta de smartphones compatíveis com a frequência para atender a todos os interessados. O preço dos pacotes também poderá afastar o consumidor comum da internet ultrarrápida, segundo o consultor de tecnologia da informação, Gilberto Sudré. “Os celulares que existem são top de linha e caros”, explica.

Um dos poucos aparelhos produzidos é o da chinesa Huawei, que está envolvida numa verdadeira guerra com os Estados Unidos. Não estamos falando, nesse caso, de uma simples batalha comercial. Mas de uma disputa digital que coloca em jogo o domínio global do 5G.

A empresa é acusada pelo presidente americano, Donald Trump, de incluir de forma oculta um software de espionagem impossível de ser descoberto e capaz de organizar ataques à infraestrutura civil e militar dos EUA.

O avanço tecnológico da companhia, aliás, tem permitido um crescimento estrondoso. A Huawei já é a terceira maior fabricante de celular do mundo e o sétimo maior negócio de tecnologia do mundo, à frente da Dell e da IBM, por exemplo.

MAIS DESAFIOS

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) marcou para março do próximo ano o leilão de uma banda de 200 MHz na frequência de 3,5 GHz; 100 MHz na frequência de 2,3 GHz e 10 MHz da sobra da frequência de 700 MHz para que as empresas façam investimentos em 5G.

Sudré explica que as frequências que serão usadas são muito altas e têm células (antenas) de alcance menor que o 4G, por exemplo. Para popularizar o serviço, não será tão fácil, já que as teles terão que instalar muitas estações radiobases.

Para o vice-presidente da 5G Americas, o 5G oferecerá conectividade para comunicação entre máquinas, pessoas e objetos, permitindo potencializar distintos mercados verticais. “É importante que os governos da região tomem nota da revolução produtiva que supõe o 5G, para que os diferentes setores tenham condições necessárias para seu desenvolvimento, em particular em termos de maior quantidade de espectro radioelétrico e facilidades para o desenvolvimento de infraestrutura”, explica.

TELES INICIAM TESTES COM A TECNOLOGIA

Algumas operadoras já começam a testar o 5G no Brasil. É o caso da Tim, que fez demonstração durante esta semana em Florianópolis, em Santa Catarina, em parceria com a Fundação Certi e a Huawei. A empresa quer ser pioneira no setor e líder no mercado de quinta geração.

A Vivo também anunciou que já tem seu primeiro smpartphone compatível iQOO 5G. Apesar de já ter um aparelho, a empresa acredita que o serviço vai demorar. Segundo o diretor de Relações Institucionais da companhia, Enylson Camoseli, será necessário cinco vezes mais antenas para que o sistema funcione. A declaração foi feita durante o 57ª encontro Tele.Síntese, segundo o site Olhar Digital.

Mas enquanto a nova tecnologia não chega, empresas como a Oi, Tim, Vivo e a Claro começam a oferecer aos consumidores o 4G+ ou 4,5G. O serviço é um pouco melhor que a conexão de quarta geração. Mas está longe de ter a mesma velocidade do 5G.

DO 1G AO 5G

As mudanças na internet móvel

1G

Anos 80

Era um serviço analógico com foco exclusivo na chamada de voz. Não era usado para navegar na internet. Era também muito caro. Poucos no Brasil usavam o serviço, que se popularizou apenas na década de 90.

2G

Anos 90

Apesar de ser um serviço digital, ainda não tinha relação com a internet. A tecnologia na época revolucionou o mercado com as mensagens de texto. Já era possível usar a internet, mas em baixa velocidade. Navegação atingia até 100 kbps.

3G

Anos 2000

Foi responsável por popularizar a internet móvel. Porém, a qualidade não permitia o consumidor ter boas experiências. As conexões atingiam 2 Mbps. A rede de acesso era a mesma da usada para o serviço de voz. O resultado era uma sobrecarga na cobertura.

4G

Anos 2010

É até 100 vezes mais rápido que a internet 3G. Chega a uma velocidade de 25 Mbps. A tecnologia prioriza o tráfego de dados (áudio, texto, vídeo, foto) e não a voz.

4G+ e 4,5G

2018

Trabalha com muitas faixas de frequência ao mesmo tempo, o que permite uma velocidade ainda maior. Algumas operadoras já oferecem o serviço, que alcança, downloads, por exemplo, de até

28,18 Mbps.

5G

2020

Este vídeo pode te interessar

Vai revolucionar o mundo ao permitir a internet das coisas. Tudo poderá ser conectado a um serviço mais rápido e de qualidade. Carros, geladeira, máquina de lavar, celulares, câmeras, sensores do agronegócio e até roupas poderão estar conectadas. Ela deve ser até 20 vezes mais rápida do que a de hoje.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais