Os economistas do mercado financeiro aumentaram pela 13ª semana seguida a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - o índice oficial de preços - em 2020. O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (9), pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 3,02% para 3,20%. Há um mês, estava em 2,47%. A projeção para o índice em 2021 foi de 3,11% para 3,17%. Quatro semanas atrás, estava em 3,02%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022, que seguiu em 3,50%. No caso de 2023, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções já eram de 3,50% e 3,25%, nesta ordem.
A projeção dos economistas para a inflação deste ano continua abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).
Na última sexta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação de outubro foi de 0,86%. Em 12 meses, a taxa acumulada está em 3,92%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2020 foi de 2,92% para 3,08%. Para 2021, a estimativa do Top 5 passou de 3,27% para 3,31%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 2,77% e 3,17%, respectivamente.
No caso de 2022, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,50%, como já estava um mês atrás. A projeção para 2023 no Top 5 seguiu em 3,38%, mesmo patamar de quatro semanas antes.
A projeção mediana para o IPCA de 2020 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 3,14% para 3,27%. Houve 62 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 2,64%.
No caso de 2021, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis passou de 3,30% para 3,27%. Há um mês, estava em 3,08%. A atualização no Focus foi feita por 61 instituições.
Os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para o IPCA em novembro de 2020, de alta de 0,36% para avanço de 0,40%. Um mês antes, o porcentual projetado indicava alta de 0,26%.
Para dezembro, a projeção no Focus foi de alta de 0,52% para 0,55% e, para janeiro de 2021, passou de alta de 0,35% para 0,38%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,40% e 0,31%, nesta ordem.
No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses permaneceu em alta de 3,52% - há um mês, estava em 3,29%.
Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano passou de retração de 4,81% para queda de 4,80%. Há quatro semanas, a estimativa era de baixa de 5,03%.
Para 2021, o mercado financeiro mudou a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), de alta de 3,34% para crescimento de 3,31%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.
No Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2020 foi de queda de 5,74% para retração de 5,49%. Há um mês, estava em baixa de 6,00%. No caso de 2021, a estimativa de crescimento da produção industrial foi de 4,27% para 4,00%, ante 4,53% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2020 passou de 67,40% para 67,74%. Há um mês, estava em 67,00%. Para 2021, a expectativa permaneceu em 70,00%, ante 69,20% de um mês atrás.
O Relatório de Mercado Focus trouxe hoje mudança na projeção para o resultado primário do governo em 2020. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano passou de 12,00% para 11,90%. No caso de 2021, permaneceu em 3,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 12,00% e 3,00%, respectivamente.
Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2020 seguiu em 15,70%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2021, se manteve em 6,75%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 15,80% e 6,50%, nesta ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Os avanços nas projeções nos últimos meses refletem a expectativa de que, com o aumento das despesas do governo durante a pandemia do novo coronavírus, o país terá um cenário fiscal ainda mais difícil.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2020 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 58,70 bilhões para US$ 57,90 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 57,49 bilhões. Para 2021, a estimativa de superávit seguiu em US$ 55,00 bilhões. Há um mês, estava no mesmo patamar.
No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2020 passou de déficit de US$ 3,80 bilhões para US$ 4,00 bilhões, ante déficit de US$ 6,81 bilhões de um mês antes. Para 2021, a projeção de saldo negativo passou de US$ 18,50 bilhões para US$ 19,20 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 17,00 bilhões.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2020 seguiu em US$ 50,00 bilhões, como há estava um mês atrás. Para 2021, a expectativa permaneceu em US$ 65,00 bilhões, ante igual estimativa de um mês antes.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. Segundo o Relatório de Mercado Focus, a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 2,00% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.
A projeção para a Selic no fim de 2021 se manteve em 2,75% ao ano, ante 2,50% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 4,50% ao ano, igual a um mês antes. Para 2023, ficou em 6,00%, ante 5,50% de quatro semanas atrás.
Há duas semanas, ao manter a Selic em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central disse que "a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno".
No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus (Top 5) a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 2,00% ao ano, igual a um mês antes. No caso de 2021, passou de 2,00% para 2,25% ao ano, ante 2,00% de quatro semanas atrás.
A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 4,00%. Há um mês, estava no mesmo patamar. No caso de 2023, passou de 4,63% para 4,75%, ante os mesmos 4,75% de quatro semanas antes.
O Relatório de Mercado Focus trouxe manutenção nos cenário para a moeda norte-americana em 2020 e 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do ano continuou em R$ 5,45, ante R$ 5,30 de um mês atrás. Para 2021, a projeção dos economistas do mercado financeiro para o câmbio permaneceu em R$ 5,20 ante R$ 5,10 de quatro pesquisas atrás.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta