Em um contexto de ruídos fiscais e juro mais alto, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve cair 0,5% em 2022. A estimativa de recessão é do Itaú Unibanco, que revisou suas projeções econômicas nesta segunda-feira (25).
A previsão anterior indicava alta de 0,5% no próximo ano. A reversão no cenário, conforme o banco, ocorre em meio a incertezas na área fiscal.
Essas dúvidas ganharam corpo na semana passada, com a intenção do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de driblar o teto de gastos para pagar o Auxílio Brasil de R$ 400, entre outras despesas, como emendas.
"Notícias sobre o aumento dos gastos fiscais aumentaram as dúvidas sobre o futuro do arcabouço fiscal no Brasil, que desde 2016 tem sido baseado em um teto de gastos ajustável", diz o Itaú.
"Sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do Banco Central de manter a inflação na meta se torna mais difícil", acrescenta.
Na visão do banco, o cenário deve provocar maior depreciação do real frente ao dólar, pressionando a inflação e, como consequência, a taxa básica de juros (Selic). Nesta quarta, o Copom deve anunciar uma nova alta na taxa.
"Alteramos nossa projeção de crescimento do PIB em 2022 de +0,5% para -0,5%, em particular devido à mudança nas expectativas para a taxa Selic", relata o Itaú.
"Essa recessão moderada levará a um aumento da taxa de desemprego, para 13,3% (tínhamos 12,6% no cenário anterior). Para 2021, ainda esperamos que o PIB cresça 5,0%, com a taxa de desemprego encerrando o ano em 12,2%", completa.
A instituição projeta Selic de 9,25% ao ano até o final de 2021. A previsão anterior era de 8,25%. No primeiro trimestre de 2022, a Selic deve chegar a 11,25%, conforme o Itaú.
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