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Justiça concede recuperação judicial a Heringer

Justiça concede recuperação judicial a Heringer

Empresa enfrenta dívidas de mais de R$ 1 bilhão

Publicado em 23 de setembro de 2019 às 17:01

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Unidade da Heringer em Viana. Empresa passa por dificuldades financeiras. (Heringer | Divulgação)

Em situação de crise financeira, a Fertilizantes Heringer teve o pedido de recuperação judicial aceito pela 2ª Vara da Comarca de Paulínia, em São Paulo. A empresa, uma das maiores do ramo em todo o país, tem passado por uma forte crise financeira, com dívidas que superam R$ 1 bilhão, conforme publicado em primeira mão pela colunista Beatriz Seixas, de A Gazeta.

O faturamento da companhia que chegou a R$ 5,3 bilhões em 2016 caiu para R$ 3,8 bilhões em 2018. No ano passado, até o terceiro trimestre, a indústria havia apresentado prejuízo de R$ 441 milhões.

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No processo, a empresa alega que, além da forte turbulência econômica nacional, perdeu espaço no mercado para firmas multinacionais, que operam tanto na produção como na distribuição e que lucram com a operação em larga escala.

A Heringer também revelou o motivo da piora do quadro após ações de cobranças de determinados credores, que conseguiram bloquear o saldo de todas as suas contas bancárias para o pagamento dos débitos.

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Na decisão favorável à empresa, a juíza Marta Brandão Mandel suspendeu todas as ações ou execuções abertas pelos credores. Também paralisou por 180 dias os efeitos dos protestos e restrições de órgãos de proteção ao crédito. No entanto, a empresa não conseguiu a liberação das suas contas bancárias, já que a medida foi tomada por outro Juízo.

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De acordo com a decisão, o administrador judicial nomeado para conduzir os negócios neste período de recuperação é Oreste Nestor de Souza Laspro. Mas o tamanho dos recursos que será gerenciado despertou a atenção de diversos escritórios especializados nessa atividade. Pelo menos dez empresas procuraram a juíza interessados na função.

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“Tamanho alvoroço por conta de um único processo causa prejuízos à adequada prestação jurisdicional, tendo em vista que se trata de Vara Cumulativa, e à recuperanda, já que, por óbvio, o tempo despendido no atendimento dos interessados na nomeação poderia ser voltado à análise dos autos”, disse a magistrada.

EMPRESA EM CRISE

Unidade da Fertilizantes Heringer em Dourados, Mato Grosso do Sul. (Heringer | Divulgação)

A Fertilizantes Heringer foi fundada em 1976 e tem seu comando administrativo localizado em Paulínia. No Espírito Santo, a empresa tem a sede instalada em Viana.

Conforme antecipado pela colunista Beatriz Seixas, a companhia anunciou em 31 de janeiro o fechamento de algumas plantas pelo país.

No comunicado, feito por e-mail aos colaboradores, a empresa afirma que "por questões circunstanciais agravadas por uma medida judicial precipitada", a Heringer teve as suas contas bloqueadas, inviabilizando inclusive o pagamento dos salários de seus funcionários.

“Em razão disso, a partir de agora, durante o dia de hoje, realizaremos a rescisão dos colaboradores dessa unidade. As cartas de aviso prévio serão entregues pelo RH local. Essa é uma das várias iniciativas que a Heringer está adotando, buscando reverter essa atual situação e visando a continuidade da companhia”, informa um dos trechos da nota.

Com cerca de 3 mil funcionários no país, a empresa não deve fechar a unidade capixaba que, segundo fontes do setor, é uma das mais lucrativas do grupo.

O parque industrial no Espírito Santo continuará funcionando, havendo apenas a transferência da sede administrativa para Paulínia (SP), onde já ficavam os principais diretores da empresa.

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