Em meio a uma negociação que já dura seis meses, a empresa aérea Latam Brasil desistiu da redução permanente nos salários de seus tripulantes.
Na semana passada, segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a Latam retirou a proposta de redução permanente e a substituiu por um corte temporário nos valores fixos e variáveis que compõem os salários.
As mudanças na base de cálculo das remunerações de pilotos, copilotos e comissários foram propostas pela empresa no ano passado e, em uma primeira rodada de negociações, em julho, foram recusadas pelos trabalhadores.
Em outubro, porém, os tripulantes autorizaram o SNA a negociar uma proposta de redução com a empresa.
A proposta feita agora prevê um novo cálculo das partes que compõem a remuneração, de modo que as reduções ficarão entre 12,5% no salário líquido anual de copilotos e entre 7,3% e 8,7% para comissários. Esses últimos teriam abatimento apenas nas verbas variáveis.
No caso dos pilotos, a percepção líquida da redução será de 12%. A proposta da Latam também prevê um período de 12 meses de estabilidade para os tripulantes com contratos ativos.
Em transmissão realizada na quarta (27), o presidente do SNA, Ondino Dutra, disse que a empresa também incluiu na nova proposta a suspensão na equiparação salarial de tripulantes contratados a partir de fevereiro.
Segundo ele, a empresa quer a flexibilização de uma cláusula da atual convenção coletiva que prevê o mesmo salários para novos contratados. Caso a proposta da Latam seja aprovada pelos tripulantes, os novos contratados terão garantido apenas o piso da categoria, mas não o da empresa.
Na quinta (28), a Latam encaminhou ao sindicato as minutas com as novas propostas de acordo. Segundo o SNA, o termos serão agora analisados para depois serem colocados em votação em assembleia.
A Latam Brasil anunciou em julho o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Em maio, o grupo Latam já havia feito o mesmo, mas, na época, não havia incluídos as filiais argentina, brasileira e paraguaia.
Em todo o mundo, a redução brusca de viagens durante a pandemia deixou um rombo no caixa das empresas. No início da crise, a Latam Brasil era a companhia com mais voos internacionais.
O grupo acumula dívidas de quase US$ 18 bilhões (R$ 98,2 bilhões).
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